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Domingo, 30 de junho de 2024

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Trabalhadores da GM aprovam acordo firmado com sindicato

Trabalhadores da General Motors de São José dos Campos, no interior de São Paulo, aprovaram na manhã desta segunda-feira (28) o acordo firmado entre a montadora e o Sindicato dos Metalúrgicos.A votação foi realizada às 7h durante assembleia na porta da montadora que contou com a participação de cerca de 5.000 operários.

Trabalhadores da General Motors de São José dos Campos, no interior de São Paulo, aprovaram na manhã desta segunda-feira (28) o acordo firmado entre a montadora e o Sindicato dos Metalúrgicos.


A votação foi realizada às 7h durante assembleia na porta da montadora que contou com a participação de cerca de 5.000 operários. De acordo com o sindicato, cerca de 90% votaram a favor do firmado em negociação. Outros 2.000 irão votar no período da tarde em nova assembleia para referendar o resultado.

O objetivo do acordo, estabelecido no último sábado (26), é manter o emprego de parte dos 1,5 mil funcionários do setor de automóveis que corriam o risco de demissão após o anúncio de fechamento do setor de Montagem de Veículos Automotores (MVA). A negociação entre GM e sindicato se estendeu por quase seis meses. Mesmo assim, cerca de 650 operários ainda cortam os risco de desligamento.

O compromisso prevê a extensão por mais dois meses do prazo de layoff (licença remunerada) que atinge 800 trabalhadores. Inicialmente, estava previsto que o prazo terminaria neste sábado (26). Depois desse período, cerca de 650 operários que compõem o grupo de layoff podem ser desligados. Os 150 restantes têm estabilidade. A negociação estabelece ainda que para cada um que for demitido, a GM terá de pagar, como multa, o valor de três salários.

Um dos itens previstos no acordo é a retomada da produção do sedã Classic até dezembro, o que garante trabalho para parte dos funcionários na linha de automóveis por esse período e a manutenção do setor.

Como a montadora já havia planejado parar de fabricar o sedã em São José no próximo dia 26, a produção do modelo não poderá ser retomada imediatamente por falta de autopeças. Por isso, foi decidido ainda que os trabalhadores saiam de férias coletivas e retornem ao trabalho no dia 14 de fevereiro.

Apesar da aprovação, os metalúrgicos que estão em layoff se sentiram prejudicados pelo acordo negociado pelo sindicato. Para muitos deles, a demissão após a extensão do layoff é inevitável.

"O que o acordo prevê é que muitos pais de família vão ficar sem emprego. Quem está em layoff está fora. Votei contra porque não foi favorável para nós", afirmou o operário Evaldo Guedes de Carvalho, de 41 anos.

Já para o metalúrgico Luiz Augusto Barbosa, de 26 anos, o acordo colocado em votação na assembleia provoca uma divisão na categoria. "Votei contra, o acordo não foi digno. O acordo coloca funcionário contra funcionário. Quem está dentro da empresa é a favor porque luta para se manter e quem está fora é contra porque luta para voltar. Encobertaram as demissões", disse.
Trabalhadores da GM aprovam acordo firmado com sindicato (Foto: Carlos Santos/G1)Metalúrgicos questionaram o acordo firmado pelo
sindicato com a GM. (Foto: Carlos Santos/G1)

Após a assembleia, um grupo de cerca de 20 trabalhadores em layoff cobrou o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Antonio Ferreira de Barros 'Macapá', sobre o acordo firmado. Eles questionaram os itens do acordo que, segundo eles, não impede as demissões, principal motivo da negociação.

"Existe um limite e daqui ia para o estouro. Se não chegasse a esse acordo e a gente insistisse com manifestações a manchete dos jornais seria 'Sindicato rejeita proposta da GM e 1.500 são demitidos'. A dificuldade nisso tudo foi a posição da empresa em querer fazer as demissões. Se a gente não fecha esse acordo, ia ter demissão, ia fechar o MVA e não ia ter conquista nenhuma para os trabalhadores", explicou ao G1.

Na próxima quinta-feira (31), às 10h, o Sindicato dos Metalúrgicos realiza uma assembleia com os trabalhadores em layoff para discutir a situação dos empregados.

Como é a fábrica
O complexo de São José dos Campos possui, ao todo, cerca de 7 mil funcionários. O setor que estava para fechar era o MVA, onde o único remanescente na linha era o Classic, cuja produção seria encerrada no fim do mês. Em outros setores, a unidade produz a picape S10 e o utilitário Trailblazer. Além de São José, o Classic, um dos modelos campeões de venda da GM, é produzido em São Caetano do Sul (SP), onde fica a sede da empresa.

Investimento e salário menor
O acordo foi firmado após 9 horas de reunião no sábado (26) contém, ao todo, 16 itens. Entre esses itens estão o investimento de R$ 500 milhões na unidade até 2017 e a redução para R$ 1.800 do piso salarial dos novos funcionários, ponto cobrado pela GM durante toda a negociação. Atualmente, o piso na unidade de São José é de R$ 3.100, considerado alto demais pela montadora.

Com a crise em São José, a GM estava levando lançamentos para serem fabricados em outras unidades. como foi o caso do hatch Onix, produzido em Gravataí (RS). Neste sábado, Moan também aproveitou para anunciar contratações para a planta gaúcha e para a fábrica de motores de Joinville (SC).

Entenda o caso
A GM anunciou em julho passado a intenção de fechar o MVA, dois anos depois de não chegar a um acordo com o sindicato para a atração de novos investimentos para a planta.No ano passado deixaram de ser produzidos em São José dos Campos 3 dos 4 modelos daquela linha: Meriva, Zafira e Corsa hatch, que foram 'aposentados'. Com a redução na produção, a montadora avaliou que a mão de obra do MVA, que empregava em agosto 1.840 funcionários, era excedente. Além disso, a direção considerava a planta de São José pouco competitiva por conta do elevado custo da mão de obra em comparação com a concorrência. Em um ano, mais de 1.100 trabalhadores foram desligados por meio de Programas de Demissão Voluntária (PDV), segundo o sindicato.

Veja abaixo os principais pontos do acordo:
1) Investimento de R$ 500 milhões no setor de motores e transmissões da planta de São José dos Campos entre 2013 e 2017;
2) Piso salarial reduzido para novos funcionários reduzido a R$ 1.800;
3) Negociar com a planta de São José dos Campos a produção de futuros veículos;
4) Jornada de trabalho extraordinária de até 2 horas por dia e compensação da jornada – a compensação permite que a carga horária seja reduzida, caso o mercado esteja em baixa, em um montante total de 12 dias por ano. Com o mercado em alta, será permitido compensar a jornada que foi reduzida no momento de baixa do mercado;
5) Renovação das cláusulas sociais, como a PLR deste ano;
6) Redução do nível de garantia na base de manuseio de material que terá até 900 empregados;
7) Produção do Classic até dezembro impedindo o fechamento do MVA;
8) Extensão em mais dois meses do prazo de layoff que atinge 780 funcionários e três meses de multa aos operários que forem demitidos;
9) Multa de três meses de salário para os funcionários demitidos;
10) Antecipação da aposentadoria.
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