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Sexta-feira, 28 de junho de 2024

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Primeiras impressões: Mercedes-Benz Classe A Urban

O movimento da Mercedes-Benz para renovar sua linha de produtos e aumentar o público-alvo vai muito além da brincadeira de usar o funk do “lelek lek lek lek” para apresentar no Brasil seu modelo mais “barato” e “jovem”, o Classe A.


Ela e outras montadoras premium passam hoje pela necessidade e oportunidade de expansão em mercados emergentes e, para isso, têm como aliada a redução de custos propiciada pelo desenvolvimento das tecnologias de baixa emissão, outra consequência positiva da pressão de leis ambientais mais rigorosas.

Com preços entre R$ 99.900 e R$ 109.900, o Classe A é um carro premium, mas que não traz aquela exclusividade definida pelos "preços para poucos”. Mesmo assim, é “carrão” cheio de recursos tecnológicos e com motor turbo que o universitário vai ver passar na frente do bar perto da faculdade e pensar “queria ter um” ou “vou pedir para meu pai me dar um”. Nesta linha de raciocínio, o funk se justifica: perder o carimbado estigma do “carro de velho”, que a Mercedes-Benz carrega por anos.

Novos clientes
A aposta da montadora é que, a cada 2 clientes brasileiros de Classe A, 1 seja estreante na marca. Pelo menos, é o que já é observado na Europa, segundo o diretor de vendas e marketing da Mercedes-Benz, Dimitris Psilliakis. Por enquanto, o modelo chega ao Brasil somente na versão A200, nas configurações Style e Urban — a A250 Sport pode ser vendida no país daqui a algum tempo.

As duas trazem de série sete airbags, sistema que detecta a fadiga do condutor, freios ABR, que ajudam o motorista em situações de alto risco, mantendo o carro estável, sistema start/stop para economia de combustível, assistente para subida e estacionamento em terrenos íngremes, entre outros.

O G1 avaliou a versão mais completa, a Urban, por um roteiro pela capital e o interior de São Paulo de cerca de 300 quilômetros.

A configuração, topo de linha, é diferenciada pela grade dianteira cromada no primeiro plano, e prata no segundo, além de roda de 17 polegadas, farol de bixenônio com LED , luzes diurnas, lanterna traseira em LED, escape duplo, volante multifuncional com acabamento em couro perfurado, painel em branco com ponteiros vermelhos, saída de ar-condicionado com acabamento cromado, moldura cromada, acabamento interno em couro, banco concha e luzes indiretas de LED amarelo internamente.

Esta configuração deverá representar 80% das 2 mil unidades que a Mercedes-Benz pretende vender do Classe A no país até o fim do ano. Três pontos se destacaram no teste: motor, conforto interno e falta de GPS integrado.

Design e desempenho
Esqueça o antigo Classe A da década de 1990, que muita mãe usava para levar os filhos à escola. A marca alemã conseguiu não só "quebrar" o clássico, como também inovar dentro da indústria automobilística, mostrando que um hatch de cerca de R$ 100 mil pode surpreender tanto pela beleza das linhas fluidas quanto pelo desempenho aerodinâmico de 0,27, índice de arrasto recorde para a categoria.

O comportamento é ajudado pelo aerofólio traseiro de série e é nitidamente sentido pelo motorista ao dirigir. Com a baixa resistência do ar e suspensão bem ajustada – nem tão dura e nem tão macia —, o modelo tem aceleração e estabilidade acima do esperado para um carro deste porte, combinados à economia de combustivel e baixo nível de ruído.

Porém, não abra os vidros. Por causa da aerodinâmica do Classe A, se são abertos em altas velocidades, o barulho que entra na cabine é ensurdecedor. Impossível de conversar. No entanto, com os vidros fechados, o isolamento acústico é bom, embora não supere a alta qualidade das barreiras criadas pela concorrente Audi, que consegue fazer até conversível silencioso. De qualquer forma, dentro do Mercedes-Benz Classe A não se escuta barulho de motor, apenas um pouco o pneu rodando quando a estrada tem asfalto áspero. Mas isso é justificado pelos pneus mais largos.

Borboletas no volante
O Classe A é equipado com motor 1.6 turbo de 156 cavalos e câmbio automatizado de dupla embreagem e 7 marchas. Segundo a Mercedes-Benz, vai de 0 a 100 km/h em 8,3 segundos e chega à velocidade máxima de 224 km/h. Números que garantem ultrapassagens e retomadas rápidas na estrada, permitindo um passeio tranquilo e sem esforço do motorista.

As borboletas no volante são outro recurso que anima a condução mais esportiva e são um ponto de vantagem sobre o BMW Série 1, se bem que este se mostra mais habilidoso na estrada.

Aceleração, estabilidade nas curvas e conforto ao dirigir cativam o motorista. Por outro lado, o Classe A apresenta três pontos questionáveis. O primeiro deles é a visibilidade traseira muito comprometida pela pequena área envidraçada — é praticamente impossível perceber a proximidade de um carro na estrada.

Para isso, o motorista é obrigado a recorrer constantemente aos retrovisores laterais externos. Se há ocupantes adultos no banco traseiro, é como se não houvesse vidro e não se vê nada pelo retrovisor interno.

Nas manobras isso também atrapalha, porque o carro não tem câmera de ré. No entanto, com se trata de um hatch, o motorista consegue ter noção espacial e não bater o carro em um baliza, por exemplo.

O segundo ponto é a ausência de comando elétrico para ajuste do banco do motorista. Segundo a marca, pesquisas de mercado revelaram que os donos dos carros da marca dificilmente compartilham o veículo com outra pessoa. Em outras palavras, não precisam ajustar sempre o assento. Mesmo assim, quem compra um Mercedes-Benz, mesmo sendo o mais barato deles, não quer passar pela falta de luxo de ter que puxar alavanca e girar rodinhas para se acomodar.

Por outro lado, a montadora argumenta que, para ter o preço no patamar de R$ 100 mil, foi preciso abdicar de certos itens de conforto. E nessa categoria se encontra o outro ponto desfavorável: a falta de GPS integrado. Ter um carro de R$ 109.900 (preço da versão top) sem sistema de navegação soa, no mínimo, estranho. Apesar disso, a Mercedes-Benz tem como "álibi" o atual mundo dos smartphones, que oferece o recurso com viva voz, inclusive.

Para compensar, o modelo conta com sistema Audio 20, equipado com rádio, leitor de CDs e teclado de telefone, que pode ser operado pelo volante multifuncional e inclui alto-falantes especialmente configurados para o modelo. Também vem com interface Bluetooth com função hands-free e streaming de áudio, para reproduzir arquivos de música, transferência de dados do telefone celular para a unidade principal via Bluetooth (PBAP - Phonebook Access Profile), entradas de áudio USB e AUX e conexão para a integração de dispositivos móveis no apoio de braços central de série.

Conforto na cidade
Internamente, o Classe A tem acabamento impecável, com desenho harmonioso (destaque para as entradas de ar inspiradas no SLS AMG) e espaço interno suficiente para acomodar cinco pessoas. O destaque, neste caso, vai para a posição de dirigir e a ergonomia dos bancos.

Na versão Urban eles são esportivos, em formato de concha. Durante o teste, o hatch enfrentou mais de uma hora de trânsito, que começou em Aphaville, em Barueri, e terminou na capital paulista. Em nenhum momento o corpo reclamou de desconforto, o que conta muito para quem vai usar o carro no dia a dia entre faculdade, trabalho e balada.

Conclusão
Classe A, Classe B e o novo cupê CLA, que provavelmente estreia no ano que vem no Brasil, formam não a linha de frente, mas sim a linha jovem da Mercedes-Benz. Os três “convidarão” aqueles com potencial de abraçar a marca até o fim da vida e, claro, com o tempo optar por produtos mais caros do portfólio da marca (invariavelmente, os mais rentáveis para as montadoras).

Nesta nova empreitada de compactos, pode-se dizer que o Classe A é a compra emocional, enquanto a versatilidade do Classe B o torna uma opção racional. Já o CLA é para aqueles que dão preferência a “fazer um estilo”. Sem dúvida, novos tempos tanto para as montadoras quanto para o bolso do consumidor, que já pode vislumbrar um sonho de consumo de quatro rodas nem tão distante assim.
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