Mudar o Gol não mudou, mas com tanta opção de modelo no mundo dos hatches compactos é importante que a Volkswagen traga algo a mais para o modelo neste ano. Chamada de Gol Track, a nova versão na linha custa a partir de R$ 33.060 e é aquele carro bem intencionado para superar lama, pedregulhos e buracos, mas sem tanto "Carnaval" de apliques como o irmão Gol Rallye e sem a pretensão de ter sistemas eletrônicos para ajudar o desempenho em terrenos irregulares.

Para isso, ele traz pneus mistos ( como opcionais, a VW oferece calota especial ou rodas de liga-leve) e suspensão 23 mm mais elevada. De resto, o que muda é o acabamento e alguns itens a mais de série - entre eles, faróis de neblina, vidros dianteiros elétricos, direção hidráulica, airbag duplo e freios com sistema ABS. Esta versão é exclusiva para carroceria quatro portas e vem apenas com motor 1.0.

Visual limpo
Embora o Gol tenha sido atualizado no ano passado - o chamado G6 -, para a versão Track o design recebeu novos elementos que deixaram o visual do carro diferenciado, mas de forma "limpa", sem cansar. A versão traz grade do radiador em preto brilhante com o novo emblema VW ao centro e fundo preto, para-choques dianteiro pintado na cor da carroceria, com a parte inferior preta.

As grades inferiores têm acabamento texturizado e cor natural do material utilizado. Os faróis são de dupla parábola com moldura escurecida. Para combinar, as maçanetas e retrovisores externos também são escuros, assim como a coluna B é em preto fosco.

Acabamento interno
O teto e as colunas do Gol Track têm forração cinza escuro e os bancos e os painéis das portas são revestidos com tecido especial, que utiliza fios produzidos de PET reciclado. Os assentos dianteiros têm a faixa central em baixo relevo e, na parte de trás do encosto, trazem bolsas porta-revistas. O banco do motorista traz de série ajuste de altura. Os para-sóis possuem espelhos iluminados e o porta-malas tem cobertura integral em carpete.

Impressões
O G1 avaliou o Gol Track por 80 quilômetros em estradas de asfalto e de terra na região de Campinas (São Paulo). A maior parte foi em terrenos acidentados de pequenas vias entre fazendas e canaviais. O Gol continua o mesmo, mas a suspensão mais elevada e os pneus de uso misto facilitam a condução e compensam para quem passa com frequência por estradas de terra. Como o Gol é um ótimo carro em curvas, mesmo com a irregularidade do terreno é possível manter o rumo do carro em velocidades mais altas para este tipo de estrada.

O câmbio manual de cinco velocidades também é o mesmo e tem trocas suaves. O que mais atrapalha neste tipo de condução off-road é o motor TEC 1.0l Total Flex, da família EA 111. Ele desenvolve 76/72 cavalos de potência (etanol/gasolina) a 5.250 rpm e 10,6/9,7 kgfm de torque (etanol/gasolina) a 3.850 rpm. Com a falta de fôlego, subir ladeiras íngremes cheias de pedras é um sufoco e exige reduções bruscas de marcha. É o tipo de condução que se explora mais a segunda e a terceira para ter um aproveitamento melhor do carro e da pista.

Conclusão
Pela proposta, o Gol Track é uma boa opção para quem passa com frequência por terrenos irregulares e para quem realmente gostou do novo visual. Para ser mais competitivo e realmente compensar racionalmente a compra, ele deveria contar com mais itens de série. Para se ter uma ideia, além do rádio com entrada USB e para iPod, estão na lista de opcionais sistema de sensores para estacionar, ajuste elétrico dos retrovisores e o tão necessário ar-condicionado.