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Sexta-feira, 20 de setembro de 2024

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Aos 87, Overland Whippet vence 3 mil km até Águas de Lindóia

Chegando à tranquila Águas de Lindóia, a 180 km de São Paulo, não é preciso perguntar onde acontece o Encontro Paulista de Autos Antigos...

Chegando à tranquila Águas de Lindóia, a 180 km de São Paulo, não é preciso perguntar onde acontece o Encontro Paulista de Autos Antigos, cuja 18ª edição segue até este domingo (2). Basta reparar na grande quantidade de carretas e guinchos estacionados, com Mustangs, Opalas, Bel Airs e Packards rebocados aguardando sua vez para ocupar um lugar ao redor do lago central da cidade, em meio a centenas de outros automóveis antigos. Um desses clássicos, porém, chegou por conta própria: desde o último dia 25, o Overland Whippet 1926 faz um longo passeio, que começou em Buenos Aires, na Argentina, e após 3 mil km desembocou na pequena cidade interiorana.


Empresário do ramo de construção civil, Carlos Sanchez e sua esposa não costumam planejar grandes viagens – sequer fazem reserva em hotéis. Escolheram o roadster azul em meio a uma coleção atualmente composta por 11 modelos, entre eles um raro Austin Seven 1939. Comprado em 1996 em "péssimas condições", hoje está em perfeito estado. "Poderia ter restaurado esse carro rapidamente, mas eu morava na Espanha e o carro, em Buenos Aires".

A primeira grande jornada do Whippet partiu de Buenos Aires rumo a Corrientes, no norte do país. De lá, atravessaram a fronteira em São Borja, no Rio Grande do Sul, para então continuar até Águas de Lindóia. Sanches conta que o caminho foi percorrido bravamente pelo carro, que não teve nem mesmo um pneu furado. Numa das paradas para checar óleo e freios, a primeira amizade surgiu: o mecânico que atendeu Sanchez acabou virando anfitrião por uma noite, que ofereceu pousada, comida e boas conversas para a dupla de viajantes.

Na estrada, só parou num posto policial para pedir informações. E o policial, de tão encantando com o carro e o estilo de vida de Sanchez e sua esposa, nem mesmo percebeu que motorista e passageiro usavam cinto de segurança apenas abdominal e não de três pontos, como manda a legislação brasileira.

Gente "amável", trânsito "terrível"

Essa não é a primeira longa viagem que Sanchez faz ao volante de um carro clássico. Em 1980, com um Citroën de 2 cilindros, seguiu da Argentina até o Alasca com dois amigos. Não chegaram lá juntos, no entanto: um se apaixonou por uma peruana e ficou pelo caminho; outro teve um envolvimento amoroso na passagem pelo México, desistindo de conhecer o Alasca. Na volta, quem ficou pelo caminho foi o Citroën. “Dei o carro a um amigo que fiz na ida. Em troca, pedi apenas que me pagasse o restante da volta para casa. E por terra, não de avião, pois eu ainda queria curtir o final da viagem”, conta Sanchez.

A próxima viagem – dirigindo, obviamente – será um retorno ao Alasca. Sanchez está apenas à procura de um novo companheiro para a jornada. “Tenho amor pelos automóveis e por dirigir. Dirijo o tempo todo. Mas posso curtir um deles e depois vendê-lo para comprar outro”.

Já para Águas de Lindóia, talvez Sanchez não volte tão cedo. “Eu me surpreendi com a recepção e admiração de todos pelo caminho. Foram muito amáveis. Mas o trânsito em São Paulo é terrível. Foi a pior parte da viagem”, lamenta.

Premiação

Segundo a organização do evento, são esperados 700 automóveis inscritos – a maior parte em exposição, mas há também exemplares à venda. Na noite desde sábado (1), uma comissão avaliadora premiará os principais destaques desta edição nas categorias The Best, Melhor Importado, Melhor Nacional e Master da Federação Brasileira de Veículos Antigos (FBVA). Os premiados em Águas de Lindóia serão novamente expostos durante o AutoEsporte Exposhow, de 21 a 24 de novembro no Anhembi, em São Paulo.

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