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Domingo, 16 de junho de 2024

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Primeiras impressões: Audi A3 Sedan

Foto: Divulgação

Primeiras impressões: Audi A3 Sedan
Os sedãs tendem a impressionar homens com idade acima dos 30 anos, normalmente, um perfil de pai de família com criança pequena. A Audi, então, decidiu pegar todo esse conceito e amassá-lo, como um jovem entediado com uma folha de papel na mão. Inspirada pela “rentabilidade” deste tipo de carroceria no mercado chinês, a marca das argolas reformulou completamente tal conceito e lança mundialmente o novo A3 Sedan. Na Europa, o modelo tem preços a partir de 24.300 euros (R$ 72.290). Ao Brasil, o carro chega no segundo trimestre do ano que vem, importado da Hungria, por preço ao redor de R$ 110 mil, um pouco mais caro do que o A3 Sportback.



De acordo com a Audi, ele deve vir nas versões 1.4 e 1.8 a gasolina. Na Europa, há ainda a opção a diesel 2.0 TDI, com 150 cv. Motores adicionais serão apresentados posteriormente, incluindo um 2.0 TDI que irá cumprir os limites de emissão padrão 6 da comunidade europeia e um 1.6 TDI.

É em torno dele e do hatch desta família de compactos que se concentra a expectativa de uma possível produção brasileira da Audi. Algo até agora não confirmado e mantido em segredo pela fabricante alemã. “Não posso falar sobre a fábrica no Brasil, porque não tem nada decidido. Mas existe também a possibilidade do investimento na fábrica mexicana, especialmente para o sedã. Isso porque o mercado norte-americano deve ser o responsável por 1/3 das 100 mil unidades do modelo previstas para vendermos por ano”, explica o gerente de marketing da Audi, Benjamin Holle. “O Brasil pode também produzir o sedã, mas a maior chance é de ser o hatch”, diz.

Na estrada com a versão 1.8
O primeiro contato com o A3 Sedan foi logo de cara com a versão 1.8 TFSI. Sem ter muito tempo de analisar os detalhes do modelo, a primeira impressão veio mesmo do motor de 180 cavalos e 25,4 kgfm de torque. Com este bloco, o carro acelera de 0 a 100 km/h em 7,3 segundos e tem velocidade máxima de 235 km/h. O caminho percorrido foi do centro de Budapeste até a cidade de Fehérvárcsurgó, onde se encontra o castelo de Károlyi.

O percurso foi de cerca de uma hora na estrada, quando foi possível observar duas características de destaque do modelo: suspensão muito bem calibrada e comportamento de hatch. O sedã simplesmente colou na pista e fez curvas sem o motorista sentir qualquer puxada da parte traseira. A visibilidade ampla contribuiu para essa sensação — seria ainda melhor se o espelho retrovisor interno não fosse tão pequeno. O carro vem ainda com sensor de ponto cego, o que passa mais confiança ao motorista com gosto por aceleração.

Nesta versão, há duas opções de transmissão. Uma automática de seis velocidades com dupla embreagem e outra com câmbio manual também de seis velocidades. Há ainda a opção Quattro, com tração nas quatro rodas. Sobre a caixa de câmbio, o automático tem trocas quase imperceptíveis, o que garante conforto ao conduzir. Para quem quer esportividade, há borboletas no volante para trocas manuais.

A exemplo das estradas brasileiras, as da Hungria são irregulares, esburacadas e de asfalto bem precário. Um ambiente bem propício para sentir a suspensão do veículo e o ruído dentro da cabine. No primeiro quesito, o A3 Sedan mostrou excelência em ajuste. Sem perder a esportividade exigida por uma suspensão mais firme, ele consegue absorver bem a vibração e em nenhum momento passa desconforto a motorista e passageiros.

Já a cabine fica protegida de ruídos de túnel de vento, rolamento e trabalho do motor. Para conseguir chegar a tal conforto, além dos revestimentos tradicionais, a Audi optou por aplicar isolamento acústico também no para-brisa.

Motor 1.4 e 1.250 kg
Ao chegar ao castelo, foi a vez de pegar a versão 1.4 do A3 Sedan e rodar pelo perímetro agrícola. Equipado com o motor 1.4 TFSI, o veículo acelera de 0 a 100 km/h em 8,4 segundos e tem velocidade máxima de 217 km/h. Isso porque a potência é de 140 cavalos e o torque de 25,4 kgfm. Exatamente a mesma força do motor 1.8. Segundo a Audi, para a caixa de câmbio dar conta do motor 1.8 foi preciso limitar o torque.

Tanto a transmissão manual quanto a automática, no entanto, trazem excelente desempenho. Para quem gosta de esportividade, a manual é a mais recomendável, no entanto, dificilmente esta opção será comercializada no Brasil. Por outro lado, para este motor com tração dianteira, a transmissão automática é a de sete marchas, ou seja, as trocas são ainda mais suaves. Nos dois casos, as primeiras marchas são mais curtas, entregando esportividade.

Pela leveza do carro, o motor 1.4 turbo não fica muito atrás do 1.8 e traz a mesma satisfação ao dirigir. Aliás, outra grande característica do novo A3 Sedan são os 1.250 kg de peso total, marca atribuída a diversos materiais apicados, como magnésio no suporte de tela e alumínio no capô.

Perdido na plantação
Em um momento do teste, ao parar o carro — que inclusive tem sistema start-stop —, o GPS desligou sozinho e a rota foi perdida. Como as rotas memorizadas no sistema pela Audi estavam em Húngaro, erroneamente a rota escolhida acabou conduzindo o teste do G1 para o meio de uma plantação. Em estradas literalmente abertas para a passagem exclusiva de tratores, o A3 Sedan foi avaliado no off-road sem ter equipamento necessário para isso. O sedã enfrentou com valentia vias de terra cheias de buracos e fendas — lembrando se tratar de uma versão com tração dianteira apenas.

Conforto limitado nos bancos traseiros
Para quem senta na frente, duas características que chegam a incomodar neste modelo de mais de R$ 100 mil são a simplicidade de rádio e botões de comando, ao comparar com o resto da linha Audi, e os porta-objetos rasos. Neste último, por exemplo, irrita bastante tentar colocar uma revista no compartimento da porta, porque ela simplesmente não vai parar. Fora isso, a ergonomia dos bancos e seus ajustes, assim como o espaço para as pernas, são bem confortáveis.

Porém, quem senta nos bancos de trás não pode dizer o mesmo. A começar porque três adultos não vão caber, por mais que a Audi diga que sim. Bem no lugar do que seria os pés do passageiro do meio, fica um console que torna impossível se acomodar com conforto. Fora isso, três quadris de adulto não se acomodam no banco. Se entrar apenas 2 pessoas, as pernas ficam confortáveis, assim como a cintura. Mesmo assim, não há alívio para a cabeça: os mais altos ficam colados no teto e a cintura alta do carro deixa uma sensação claustrofóbica. Em compensação, o porta-malas comporta 425 litros, um bom número para malas e compras.

Internet, pad e Google Street View
Nesta categoria premium, direção hidráulica, ABS, EBD, sensores de estacionamento, câmera de ré, entre tantos outros itens de segurança já são considerados comuns. É o famoso “pelo preço tem que ter”. Assim, para atrair o público-alvo ao modelo, a Audi decidiu investir em conectividade, entre itens de série e opcionais. Eles incluem sistema de som Bang & Olufsen e navegação MMI Plus, com uma tela de 7 polegadas que emerge eletronicamente do painel de instrumentos. O modelo pode vir equipado ainda com um pad sensível ao toque do MMI Touch, onde o usuário pode “escrever”, por meio do toque (com o dedo mesmo), letras e números.

A partir de novembro, o sistema Audi Connect complementa a navegação na internet usando o padrão de comunicação móvel de quarta geração (4G), conhecido como LTE (Long Term Evolution). O LTE já permite velocidade de download bem alta - 100 Mbit/s - em muitos lugares.

Além disso, os passageiros podem usar seus dispositivos móveis, graças a um hotspot WLAN integrado ao Audi Connect. O uso dos serviços de internet personalizados e integrados ao Audi Connect trazem navegação via imagens do Google Earth e Google Street View e informações de tráfego online para o Facebook e Twitter. Um novo serviço do Audi Connect é o localizador de espaço para estacionamento, que fornece informações sobre vagas em estacionamentos e garagens subterrâneas.

Conclusão
O apelo do modelo para homens e mulheres dos 20 aos 35 anos é extremamente reforçado pelos itens de conectividade que o carro oferece, isso sem contar com o desempenho esportivo. Mas, no fim, como o que faz o martelo bater é o design, o carro tem atributo bem marcante.

Embora a frente seja o "arroz com feijão" de sempre da Audi, as laterais com vincos profundos, as belas rodas expostas por cavidades sobressaltadas, assim como as linhas retas da parte traseira — muito bem ornadas com as lanternas largas e achatadas, em LED — trazem um desenho tão marcante que agrada tanto o público masculino quanto o feminino. Somado a isso, o A3 Sedan parece ser um hatch ao ser conduzido, o que faz aqueles que não são muito chegados em sedãs rever seus conceitos.

Para quem se apaixonou pelo modelo, a briga será escolher entre o hatch e o sedã da . Mas quando o único concorrente (e tão belo quanto) entra na jogada, no caso o Mercedes-Benz CLA (que deve chegar ao mercado brasileiro também em 2014), aí a briga vai apelar pela simpatia do símbolo vincado na dianteira do carro. É neste tipo de disputa que o trabalho de imagem de marca vale muito mais do que o produto, ambos com caraterísticas tão “irmãs”.
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