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Domingo, 16 de junho de 2024

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Parar no semáforo com moto ligada será coisa do passado

Levante a mão o motociclista que, por uma razão ou outra, não deixou o motor morrer na saída de um semáforo, na rampa no teste de habilitação, na parte mais íngreme da trilha... O terrível momento no qual girar a manopla do acelerador não resulta em nada é parte da vida de todos que usam motos.


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Falta de experiência, de perícia, desgaste na embreagem ou em seu sistema de acionamento pode estar na raiz do problema, mas boa parte da culpa dessas “morridas” em hora imprópria pode ser atribuída ao sistema de alimentação, mais especificamente ao carburador.

Componente “genioso”, mas essencial para executar bem sua missão de transformar o ar e a gasolina em mistura combustível, o carburador dependia de combustível bom, limpeza regular e de algum talento em seu ajuste.

Com a chegada da injeção eletrônica inclusive às motos de pequeno porte, a tarefa de alimentar o motor ficou mais perfeita e exata. A melhoria se deu não só no aspecto do consumo e da emissão de poluentes, como também na manutenção, muito menos frequente.

Acelerador pouco aberto, meio aberto, muito aberto, pouco importa. Clima úmido, seco, temperatura alta, baixa, ao nível do mar ou em visita ao monte Everest: motores dotados de injeção são menos sensíveis a variações. E tal afirmação ganha importância especialmente no Brasil não só pela adição de etanol em percentual variável à gasolina como pela qualidade do combustível muito heterogênea.

Outro ponto favorável: nenhum carburador conseguiria fazer sua função corretamente em um motor bicombustível, o popular flex, tecnologia que está cada vez mais no dia a dia dos fabricantes de motos nacionais.

Como funciona
Para fazer a "mágica" de entregar a dose exata de ar+combustível, a injeção eletrônica se vale de sensores que "leem" diversos parâmetros (temperatura, altitude, umidade....), estabelecendo a mistura ideal.

Um mesmíssimo motor equipado com um carburador novinho, limpo e bem regulado, e outro dotado de injeção têm funcionamento equivalente. Todavia, consumo e índices de emissão de poluentes do "injetado" serão incomparavelmente melhores. A única vantagem do carburador aparece se o sistema eletrônico “der pau", o que implicará em custo bem maior.

Partida sem pedal
Outro equipamento cada vez mais presente nas motos é bem mais simples, mas nem por isso menos importante: a partida elétrica. Toda moto com injeção eletrônica tem esse dispositivo, mas nem toda moto que tem partida elétrica possui injeção.

O botão de partida pode parecer um acessório dispensável em uma moto pequena, na qual acionar o "kick starter", o bom e velho pedal de partida, não apresenta nenhuma dificuldade. Porém, "acordar" o motor sem esforço físico é caminho sem volta e poucas são as motos que não dispõem de versões "ES", ou seja, "electric starter".

Apesar da facilidade, há defensores do pedalzinho: são os que usam a moto esporadicamente e que, portanto, vira e mexe, dão de cara com uma bateria descarregada. Outra tribo fã do pedal de partida é a que frequenta a trilha, onde o natural cai-e-levanta estressa o sistema elétrico e nada pior do que se ver com motor apagado, sem bateria e sem pedal para “acordá-lo” no meio do mato. Salvo essas duas exceções, a partida elétrica é uma benção.

Start-stop
Nesta cena progressista da tecnologia da moto, impossível não mencionar o veículo que inaugura no mercado brasileiro um dispositivo simples, mas que – podem apostar – se tornará cada vez mais comum em curtíssimo prazo de tempo. É o sistema stop-start (ou start-stop, tanto faz), que desliga automaticamente o motor ao identificar uma parada do veículo, como no semáforo, e o religa em frações de segundo, assim que o acelerador é acionado.

Comum em automóveis no exterior desde aos anos 90, por enquanto tal equipamento no Brasil está disponível apenas no recém-lançado Honda PCX, um scooter de 150 cilindradas que, possivelmente, é o veículo mais moderno da indústria nacional. Atenção para a palavra "veículo", que o coloca à frente, em tecnologia, a qualquer coisa que se mova sobre rodas produzida no país.

A real tecnologia de vanguarda deste scooterzinho está no sistema que desliga o motor assim que sensores identificam uma parada superior a 3 segundos. Para religar, basta girar o acelerador.

É um sistema de partida totalmente singular, que age "acordando" instantaneamente o scooter, equipado com um motor de partida que, de fato, é um moderno gerador de corrente alternada que cumpre o papel de "agente duplo", atuando no fornecimento de energia à bateria e como o motor de arranque, porém dispensando as engrenagens convencionais (e ruidosas) das partidas tradicionais.

De acordo com o fabricante, ao se desligar automaticamente nas paradas, o motor contribui para uma redução do consumo da ordem de 7%, e decorrente menor emissão de poluentes no arco de testes-padrão.

Custo x benefício
Estar parado em um semáforo com o motor ligado será, em brevíssimo espaço de tempo, considerado algo tão "ultrapassado" quanto um pedal de partida ou um carburador desregulado.

A tendência é que o custo dessas tecnologias caia conforme elas se tornem mais comuns. O valor que atualmente diferencia um mesmo modelo, com ou sem partida elétrica (todas com cilindrada entre 50cc e 150cc), por exemplo, não passa de R$ 500 - até 10% do valor dessas motos.

Sendo assim, comprar hoje uma moto sem partida elétrica é quase como levar um carro sem direção hidráulica ou ar-condicionado. É grande a chance de que vire um "mico”, que deprecie proporcionalmente mais do que os R$ 500 de diferença.

Sobre injeção eletrônica, a questão é outra: em breve, o carburador não existirá mais nem entre as pequenas 50cc e 125cc, tanto em virtude da progressiva necessidade de cumprir a legislação de emissões quanto pelo barateamento do sistema.
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