Antes de me dirigir para o evento de lançamento do novo Audi A3 Sportback, mostrei a foto do compacto a um amigo que me disse o seguinte: “novo? Mas o desenho é o mesmo”. Pois é. À primeira vista o modelo parece não ter mudado muito por fora. Mas durante a reportagem você vai ver que não é bem assim.

O novo A3 Sportback, conhecido como o primeiro hatch premium do mercado, já está em sua terceira geração. Em sua história de 17 anos já foram mais de três milhões de unidades produzidas em todo o mundo. No Brasil, o Audi A3 foi produzido em linha de montagem compartilhada com o VW Golf de quarta geração, na cidade de São José dos Pinhais, desde 1999 até 2006.

Já disponível nas concessionárias da Audi, o A3 Sportback tem duas opções de motores: 1,4L, de 122 cv, (R$ 94.700), e 1,8L, de 180 cv (R$ 124.300).

“Mudou mesmo?”

Para responder ao meu amigo – e também ao leitor do WebMotors que possa ter ficado com a mesma impressão – vamos a alguns dados do novo A3 Sportback que detalham bem suas diferenças em relação a seu antecessor.

Os novos A3 são fabricados sobre a plataforma modular MQB, a mesma da sétima geração do Golf – que finalmente se aproxima do Brasil. O novo A3 Sportback tem 4,31 m de comprimento, 1,78 m de largura e 1,42 m de altura. Medidas pouco maiores do que no modelo anterior. A distância entre-eixos agora mede 2,63 m – um aumento de 58 mm. Em relação a versão Sport, o Sportback tem 35 mm a mais de entre-eixos.

Na parte da frente, o elemento de destaque é a grade. Com aquela cara de “bocona” aberta, cantos angulosos, estão também os faróis estreitos de xênon plus, com luzes diurnas em LED e ajuste automático de altura. Há também grandes entradas de ar. O modelo está menos arrendondado – seguindo bem a filosofia estética da marca. Também tem o capô mais baixo. A impressão que temos quando olhamos para o carro de frente é que ele está mais baixo e mais largo. Mas, como vimos nas medidas acima, a história não é bem essa. Ponto para o time de design da Audi.

Nas laterais, há vincos marcantes, com superfícies curvas. Os retrovisores embutidos nas portas seguem o padrão estético da marca, como visto nos modelos TT e R8, e o discreto spoiler de teto também foi acrescentado nesta nova geração para aumentar o aspecto esportivo. Na traseira estão as novas lanternas, com desenho afinado, luzes biaprtidas, disponíveis com tecnologia LED.

Dieta

Na nova geração, o A3 Sportback ficou até 90 quilos mais leve. Boa parte dessa redução ocorreu na carroceria, que agora utiliza diferentes tipos de aços de alta resistência. O tipo de material utilizado em cada parte é determinado em função das características desejadas. Os componentes da célula dos ocupantes do carro são feitos em aço forjado a quente, o que torna a estrutura resistente e leve.

A tampa do motor, os para-lamas, a parte de trás dos para-choques e a subestrutura do eixo dianteiro são feitos em alumínio. Juntos, economizaram cerca de 12 kg e melhoram a distribuição de peso do conjunto.

Interior

No interior, a grande diferença está no conceito aplicado. As linhas mais horizontais tomam conta do antigo estilo que dividia a cabine em “torres”. O console central – ligeiramente inclinado em direção ao motorista – agora traz uma “régua” onde ficam a maioria dos botões de comando. Lá também está a unidade de comando central, com painel de controle táctil integrado e botão de pressão e rotativo.

Outro destaque são os difusores de ar. Assim como vimos na versão Sport, elas têm design de turbina. A forma como distribuem o ar pode variar de um jato mais forte até um fluxo mais uniforme e difuso, com vários níveis de intensidade. O ar-condicionado é de série nas duas versões, sendo que o da variante 1,8L é de duas zonas.

O compartimento de bagagem oferece 380 litros de capacidade na configuração básica e 1.220 litros com os bancos rebaixados. O banco traseiro pode ser rebatido a 40:60.

Impressões

O WebMotors dirigiu por cerca de 100 quilômetros a versão 1,8 TFSI. O hatch conta com injeção direta FSI com injeção indireta multiponto; além do sistema Audi Valvelift, que varia a elevação das válvulas. O bloco é capaz de entregar 180 cv a 5.100 rpm e 25,49 kgfm a 1.250 rpm.

Assim como já dissemos no teste do A3 Sport, dirigir o A3 Sportback também foi uma experiência bastante agradável. Ao entrar no carro, a posição de dirigir é facilmente encontrada graças às várias regulagens elétricas disponíveis para o motorista: assentos – inclusive apoio lombar – e volante.

O carro é muito estável e transmite segurança. Assim como no Sport, o Sportback também traz o sistema “drive select”, que dá ao motorista a opção de escolher entre diversos modos de condução. Ele também se sai muito bem nas acelerações e retomadas. Segundo a Audi, o 1,8L TFSI vai de zero a 100 km/h em 7,3 segundos e atinge 232 km/h de velocidade máxima. O consumo combinado (cidade-estrada) informado pela marca é de 18 km/l.

A Audi espera vender 1.500 unidades do A3 nas configurações Sport e Sportback nos próximos 12 meses. Sendo que o A3 Sportback 1,8L ficará com 60%, 35% vão para o Sportback 1,4L e 5% para o Sport (1,8L).

Sendo assim, para responder a pergunta do amigo - e também do leitor que possa ter questionado se o carro mudou - aqui vai um resumo: o A3 Sportback ficou maior, mais leve, mais eficiente, mais veloz, mas com a mesma essência.