Com a missão de quase dobrar as vendas no Brasil em 2010, a Renault abre o ano com a linha 2011 do sedã Logan. Apesar de a marca francesa chamar o modelo de ‘novo’, a mudança não passa de uma reestilização, concentrada principalmente na carroceria. Para manter a competitividade entre os concorrentes, a fabricante segurou os preços e, sem a isenção do IPI, o sedã parte de R$ 28.690 na versão Authentique e de R$ 30.190 no modelo Expression. O Privilège (topo de linha) deixa de ser oferecido.
Mesmo com preço atrativo, a versão básica do Logan, assim como os rivais, sai de fábrica quase ‘pelada’. De série são oferecidos conta-giros, preparação para som e protetor de cárter. O modelo mais vendido, 1.0 equipado com ar-condicionado, direção hidráulica, volante com regulagem de altura, vidros e travas elétricas, faróis de neblina e computador de bordo, tem preço sugerido de R$ 34.890. Com motor 1.6 e todos os opcionais, que incluem duplo airbag e freios ABS, até então indisponíveis no sedã, o valor sobe para R$ 41.240.
Tabela de concorrentes do Renault Logan (Foto: Arte/G1) Foto: Divulgação Novo Renault Logan (Foto: Divulgação)As mudanças no visual fizeram bem ao Logan por amenizar o excesso de linhas retangulares que sempre foram características do modelo. Mas os traços retos permanecem, assim como o visual limpo. Por conta dos novos para-choques (dianteiro e traseiro) o carro ganhou 3,9 centímetros de comprimento, no entanto, o espaço na cabine, grande destaque do carro, não muda.
Para efeito de comparação com os concorrentes diretos, o Logan tem 2,6 metros de entreeixos – bem mais que os 2,37 m do Siena; 2,44 m do Classic; 2,49 m do Fiesta Sedan e 2,47 m do Voyage. Isso significa que o sedã da Renault leva cinco pessoas adultas sem apertos. A amplitude do banco traseiro surpreende, sobra espaço para pernas, ombros e cabeça. Sem falar no porta-malas, que tem incríveis 510 litros de capacidade, sendo maior que o dos médios Toyota Corolla (470 litros) e do Honda Civic (apenas 340 litros).
O interior da linha 2011 traz traços do hatch Sandero, como o painel de instrumentos mais próximo ao do primo e o console central com acabamento em cinza. A parte interna das portas foi redesenhada e os assentos ganharam novos revestimentos. Mesmo com as mudanças, o acabamento, como era de se esperar, é apenas honesto. Para melhorar o conforto, a marca inseriu os comandos de acionamento dos vidros elétricos nas portas e afirma ainda que fez melhorias no isolamento acústico. No entanto, o barulho do propulsor 1.0 continua invadindo o habitáculo.
O esforço do motor 1.0 16V de 77 cavalos de potência (com álcool) fica nítido nas arrancadas e retomadas de velocidade. Até os 3.000 rpm, o carro parece amarrado, mas daí por diante o propulsor empurra os 1.025 kg com mais facilidade. Essa motorização representa 60% das vendas do modelo, o que reforça a vocação de compacto do Logan. Sem a versão Privilège, sai de linha também o motor 1.6 de 16V flex e 112 cv de potência que, segundo a marca, passará a ser oferecido em modelos de categorias superiores. Para o Logan, o bloco 1.6 está disponível somente com 8V.
Já a suspensão bem equilibrada tem a tarefa facilitada pelo generoso entreeixos e filtra com eficiência os desníveis do piso. Por outro lado, a direção hidráulica poderia ser mais leve nas manobras, apesar de cumprir bem o seu papel em velocidades mais elevadas. O câmbio tem engates precisos, com exceção da quinta marcha que requer um pouco mais de esforço para ser engatada.
A Renault tem pressa no Brasil e adotou a mesma diretriz da Chevrolet com o novo Classic ao lançar no mercado nacional um modelo semelhante ao vendido no exterior. O nosso ‘novo’ Logan é a cópia da versão comercializada pela Dacia na Europa e mudou pouco para, segundo a fabricante, manter seus pontos altos. Em breve o hatch Sandero, carro de maior sucesso da Renault no país, também passará por uma reestilização e deve seguir a linha do sedã: retoques no visual, preços congelados e três anos de garantia.
