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Quinta-feira, 01 de agosto de 2024

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VOLTA AO PASSADO

Em Sergipe, rota do cangaço leva à cena da morte de Lampião

Foto: Paulo Toledo Piza/Folha Online

Trilha árida leva até a grota do Angico, local onde Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, e seu bando foram assassinados

Trilha árida leva até a grota do Angico, local onde Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, e seu bando foram assassinados

A cidade de Canindé de São Francisco, no extremo noroeste de Sergipe, ganha aos poucos a atenção dos forasteiros. Além de possuir belezas naturais singulares, como o cânion cortado pelo rio São Francisco, o município é de grande importância para os estudiosos do cangaço, pois foi palco da emboscada que resultou na morte do cangaceiro Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião.


Para chegar até a grota de Angicos, nome dado ao local onde o rei do cangaço foi assassinado, o turista pode optar por viajar por terra --desde Canindé de São Francisco ou do município vizinho de Poço Redondo-- ou pelo rio São Francisco, a partir de Canindé. A reportagem fez o segundo trajeto, conhecido como rota do cangaço, com duração média de quatro horas.

Na cidade alagoana de Piranhas (ao fundo), às margens do rio, fica o Museu do Sertão, instalado em uma antiga estação de trem
A bordo de um barco simples ou de um catamarã, o turista passeia pelo rio São Francisco e admira formações rochosas no meio do curso d'água e a vegetação ribeirinha. Após aproximadamente 45 minutos de navegação, a embarcação atraca no porto da cidade de Piranhas, em Alagoas.

A parada tem como objetivo a visita ao Museu do Sertão. Instalado em uma estação ferroviária desativada, o museu possui ao todo 204 peças que vão desde utensílios de cozinha e de pesca até réplicas de embarcações utilizadas pelos sertanejos durante séculos. Destaque para a seção dedicada ao cangaço, que, além de fotografias e vestimentas de cangaceiros, traz objetos pessoais de Lampião, como sua cigarreira.

Operação Lampião

O município alagoano é tido por historiadores como o ponto de partida da operação que vitimou Lampião. No dia 27 de julho de 1938, uma quarta-feira, o cangaceiro Pedro de Cândido foi fazer compras em uma feira na cidade. Os mantimentos seriam levados até a grota de Angicos, onde 33 cangaceiros e Lampião estavam acampados.

Desconfiado da quantidade de alimentos comprados pelo cangaceiro, o vaqueiro Joca Bernardes, homem que conhecia as atividades e as "más companhias" de Cândido, avisou a polícia. Os agentes teriam abordado e pressionado o cangaceiro a delatar o local onde seu líder descansava. 

Trilha árida leva até a grota do Angico, local onde Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, e seu bando foram assassinados
Após passear pelo centro histórico de Piranhas, onde se pode comprar artesanatos típicos e lembranças para a família nas lojas, o turista novamente embarca no catamarã e retoma viagem no São Francisco. Após alguns minutos observando a beleza do Velho Chico, chega-se a um atracadouro em Canindé de São Francisco.

De lá, segue-se a trilha que leva à grota. O caminho até o local da morte de Lampião é uma atração à parte: nos 700 metros de passeio, o turista depara-se com a caatinga, com suas árvores sem folhas e diversos cactos e encontra muitos animais silvestres, como calangos e saguis. A caminhada, porém, deve ser feita com o auxílio de guias especializados, pois, além de dar explicações valiosas sobre a vegetação e a história do local, eles garantem que o turista não se perca.

Após meia hora de caminhada em um terreno íngreme, sob o forte sol do sertão, chega-se até um declive. De cima, observa-se um pequeno vale onde jazem duas cruzes e uma placa. É a grota de Angicos, última parada de Lampião --e da rota do cangaço.

O jornalista PAULO TOLEDO PIZA viajou a convite do governo de Sergipe e da Aracaju Convention Visitors Bureau.
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