Aguardando em seu gabinete em Brasília, o senador Alvaro Dias (PSDB-PR), que teve o nome indicado para compor a chapa do tucano José Serra como vice-presidente, afirmou nesta terça-feira (29) que acatará um eventual "desconvite" para compor a aliança do ex-governador de São Paulo ao Palácio do Planalto.
"Vou acatar qualquer que seja a solução porque estamos priorizando o projeto de nação liderado por José Serra", afirmou, destacando que a grita do DEM, que reivindica o posto de vice, não significa uma rejeição pessoal a seu nome, e sim uma postulação antiga de uma parceria que já ocorreu no governo Fernando Henrique Cardoso e na candidatura derrotada de Geraldo Alckmin à presidência da República.
Para o parlamentar, que evitou discutir a hipótese de uma candidatura própria do DEM ou da indicação do ex-ministro Pimenta da Veiga para a vice-presidência de Serra, após a convenção democrata nesta terça-feira (29) não haverá "sequelas" entre as duas legendas. "Isso (desgaste) passa rápido. Amanhã termina. Não ficarão sequelas. Não há risco de esse circunstancial desentendimento, de essa divergência momentânea poder ser duradoura", observou.
Caso o desfecho do impasse entre PSDB e DEM seja desfavorável a seu nome, Dias disse que ainda assim participará da campanha de José Serra ao posto máximo do Executivo federal. "Vou participar da campanha ativamente. Vou executar tarefas, sejam elas quais forem. Estou tranquilo porque minha disposição é de colaboração. Fiquei honrado com o convite, e a missão é para ser cumprida. Vocês acham que alguém que recebe uma convocação nesses termos pode dizer que não aceita? A minha missão é de atender a convocação. Estou aguardando a conclusão desses entendimentos", salientou.
Na última sexta-feira (25), o PSDB confirmou ter indicado o nome de Dias para compor a chapa de Serra, o que abriu espaço para duros ataques de representantes do DEM. Aliados do candidato à presidência, PPS e PTB endossaram a indicação do senador tucano.
Após longa reunião neste domingo (27), o DEM decidiu baixar o tom nos ataques direcionados aos aliados tucanos. Pretende recuperar o diálogo e sinalizar que a aliança está firme, reforçando que está aberto a conversas sobre a questão. Nova rodada de negociações foi feita hoje em São Paulo.
O PSDB ofereceu a vice a Alvaro com a intenção de atrair seu irmão, o senador Osmar Dias (PDT-PR) para a vaga de senador na chapa com o candidato tucano ao governo do Paraná, Beto Richa. Osmar já declarou, mais de uma vez, que, caso seu irmão seja mesmo o vice, não fará campanha contra ele e já sinalizou à direção de seu partido o desejo de se coligar com os tucanos no Estado.
