Ainda sem palco definido, a campanha da candidata à Presidência da República Marina Silva (PV) começa na terça-feira (6) com o desafio de buscar maior exposição da presidenciável e lançar o novo site elaborado pelo jornalista Caio Túlio Costa, que trará propostas do programa de governo e funcionará como instrumento de arrecadação. "Iremos apresentar o site de campanha, com todas as ferramentas que desenvolvemos nesse período e lançaremos nosso mote, a ideia-força", contou o coordenador de campanha João Paulo Capobianco, sem dar mais detalhes.
Ele conta que a prioridade será aprofundar as teses que vinham sendo apresentadas para tornar o conteúdo "mais visível, compreensível e concreto". "Marina precisa vencer o principal desafio que temos: o desconhecimento", avaliou.
Segundo o marqueteiro do time de Marina, Paulo de Tarso, não haverá grandes surpresas a partir de amanhã. "Não existe esse marco, esse início. Ela vai seguir fazendo a campanha que já vinha fazendo, com o objetivo de ocupar a mídia outdoor", disse Tarso sobre a estratégia nas ruas, com cartazes, adesivos e material impresso.
Dentre os temas que nortearão o discurso, o marqueteiro conta que a educação dividirá o pedestal com a bandeira do desenvolvimento sustentável. "Educação será um tema que vamos apostar, mas com o viés da qualificação e do século 21", afirmou Tarso. Debater o futuro de programas sociais, a macroeconomia e trazer a agenda ambiental para o presente também estarão no cerne da campanha.
"A ideia é mostrar que ela é a candidata que apresenta as melhores condições para manter os avanços conquistados nos últimos 16 anos, com uma mudança qualitativa, tanto na forma de governar como de incluir as prioridades de um Brasil do futuro", ressaltou Capobianco. Para o coordenador, o diferencial da candidata se dá por seu histórico de vida e a construção de "uma campanha sem alianças pragmáticas". "É a única que pode fazer um governo livre de acordo político que se transformam em fisiológicos", explicou.
Nesse primeiro momento, a estratégia de campanha de Marina focará em unidade e não terá diferenças de região para região do País. "Pensamos em trabalhar com regionalização, mas, tecnicamente, não é indicado agora. É preciso criar primeiro a unidade de comunicação visual, para depois regionalizar", afirmou Tarso.
Debates e pesquisas
Um dos espaços primordiais que os coordenadores apostam para Marina crescer é dentro dos debates. "Ainda há bastante chão. Ao vivo Marina é muito poderosa (...) e nisso podemos criar um espaço de voto de opinião", contou Tarso.
Empacada na margem de 10% das intenções de voto, atrás de Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB), Marina apostará no horário eleitoral gratuito (de aproximadamente 1min 13seg) para levar o eleitor interessado para superfícies de contato na internet, como as redes sociais.
"Tivemos uma situação muito desequilibrada nos meses que passaram em relação aos outros. Certamente o horário da TV será importante, mas não será esteio da nossa campanha. Será um espaço de massificação que chamarão para outros ambientes, especialmente para o site e a própria internet, onde teremos conjunto de materiais, informações e detalhamentos sobre a proposta de governo, que na TV não poderemos fazer em função do tempo", disse Capobianco.
Dirigidos pelo cineasta Fernando Meirelles, os programas de TV de Marina terão um viés mais publicitário, diferente dos formatos tradicionais. A ideia é focar em uma bandeira ou mesmo na repetição de tema, no lugar de uma explicação muito detalhada.
Marqueteiro de Lula na campanha de 89, com o jingle "Lula-lá", Tarso contou que o maior desafio hoje em relação àquela época é conseguir identificar e mostrar erros e acertos. "Era a primeira eleição presidencial depois da ditadura, contra a qual tínhamos lutado muito. Naquele tempo era muito mais fácil identificar o bem e o mal. Agora nem tanto", disse.
