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Sábado, 20 de julho de 2024

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Serra aponta uso da máquina e manobras eleitorais no Congresso


O candidato à presidência da República pela coligação "O Brasil Pode Mais", José Serra (PSDB), afirmou nessa sexta-feira (9), em entrevista exclusiva ao Terra, que "o uso da máquina é muito intenso. Talvez não tenha havido na história do Brasil um uso tão intenso da máquina na campanha eleitoral". Serra chegou ao Espírito Santo por volta das 15h30 de sexta e percorreu os municípios de Vitória e Vila Velha, acompanhado do candidato tucano ao governo do Estado, Luiz Paulo Vellozo Lucas.

Serra justificou a alegação de uso da máquina estatal na campanha citando como exemplos os blogs das estatais, que, segundo o candidato, estariam repletos de propaganda da candidata do PT, Dilma Rousseff. O tucano também citou como parte de um conjunto de manobras eleitorais a votação de projetos pelo Congresso "sem muita reflexão".

Em particular, ele criticou a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), na última quinta-feira (8), que flexibilizou a alocação de recursos para obras do PAC. "Francamente, nesse clima eleitoral, as coisas estão sendo votadas em grande volume, sem muita reflexão e condicionadas também pela eleição. Eu acho que não se deveria fazer isso. Não é época para isso. Sem dúvida, a flexibilização dos instrumentos de controle dá margens a abusos. A intenção eleitoral é evidente. Faz parte de um conjunto de várias manobras eleitorais", afirmou Serra.

O candidato do PSDB também comentou uma declaração que havia feito mais cedo, no Twitter, sobre a concessão de asilo político a dissidentes cubanos. "Nós temos que ter na política externa uma posição de defesa da autodeterminação dos povos. Não podemos ficar nos metendo em política de outros países, até porque a gente também não gosta. Agora, direitos humanos nós temos que defender sempre. Por exemplo, as pessoas não serem perseguidas por suas ideias. Mas você tem em Cuba dezenas de prisioneiros, que estão lá porque tem opinião política diferente da do regime. Em relação a Cuba, tudo bem respeitar a autodeterminação dos povos, mas quando pudermos interferir para garantir o respeito aos direitos humanos, devemos agir. O que eu defendi hoje é que o Brasil ofereça asilo político para parte dessas pessoas que estão presas por causa de suas ideias, oferecendo condições para elas viverem aqui."

Serra ainda lembrou que foi perseguido pela ditadura no Brasil e sentiu na pele as dificuldades de um regime totalitário. "Eu sobrevivi a dois golpes de Estado, do Brasil e do Chile. Fui perseguido no Chile também e fui beneficiado pela solidariedade internacional. Na época, fui ajudado por gente de outros países que lutaram para que eu fosse liberado. Então, a gente tem sempre que ter uma posição em defesa dos direitos humanos", disse o candidato, que aproveitou para criticar a política externa do atual governo. "Lidar com ditadores, alguns ferozes, como o do Irã, onde uma mulher foi condenada a morrer por apedrejamento. Isso não dá para aceitar. Não dá para badalar com esse pessoal, não dá para confiar", afirmou.

Por fim, ele voltou a comentar a mudança no marco regulatório do petróleo, aprovada no Congresso, e disse que, se eleito, isso não vai acontecer. "A posição extremista adotada liquida o Espírito Santo e o Rio de Janeiro. Eu acho um absurdo. Não há no mundo nenhum lugar onde a produção de petróleo não traga uma remuneração extra para as regiões produtoras. Isso porque o petróleo é uma economia que acaba e a economia das regiões produtoras acaba se organizando em função do petróleo. Então, você tem que ter investimentos com os recursos do petróleo que preparem outras linhas de desenvolvimento. Isso sem falar nos problemas que gera, porque se tem gente vindo morar no Espírito Santo por causa do petróleo, essas pessoas demandam escola, demandam segurança, saúde, demandam tudo. Então, isso é errado. Não tem cabimento."

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