O deputado federal Ciro Gomes (PSB) disse que não vai se engajar na campanha nacional de Dilma Rousseff, candidata do PT à Presidência. O parlamentar, que também queria concorrer ao Planalto e foi barrado por seu partido, que decidiu apoiar Dilma, afirmou que prefere atuar no Ceará, onde seu irmão Cid Gomes tenta se reeleger governador.

- Vou cuidar aqui da nossa paróquia, que é o que me apaixona hoje.

Coordenador político da campanha do irmão, Ciro concedeu entrevista na noite desta quinta-feira (15), após inaugurar o comitê eleitoral de Cid, em Fortaleza, e disse que não guarda mágoas nem rancor por ter sido impedido pelo PSB de tentar a Presidência.

No entanto, disse que foi “feito de bobo” pela forma como sua pré-candidatura acabou descartada. Por isso, explicou, não tem a menor vontade de participar da disputa pela sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

- Isso tudo que aconteceu comigo, nesses passos da vida nacional, me machucou profundamente. Eu passei um momento de grande tristeza pessoal, cheguei a negar a minha própria vocação.

O espaço usado pelo comitê de Cid Gomes, que era uma residência próxima ao maior parque da cidade, o Cocó, foi decorado com painéis gigantes. No maior deles, estão Lula, Dilma, Ciro, Cid e os demais candidatos que compõem a chapa majoritária no Estado. Dilma não compareceu ao avento, e deve visitar o Ceará apenas em agosto.

Dilma

Sobre a candidata petista, Ciro disse aos jornalistas ser “profundo amigo” dela e reconheceu que a ex-ministra era a mais capacitada para ser a candidata do PT.

- Somos grandes companheiros, acho que, se havia uma pessoa no PT que tinha dotes para ser candidata, entre todos os militantes petistas de alta qualidade, ela era a melhor.

O deputado evitou dizer, no entanto, se subiria no palanque da petista.

- O nível da minha participação em campanha dependerá muito da incorporação das minhas preocupações com o futuro do Brasil, que não são poucas e nem pequenas.

No discurso que fez durante a inauguração do comitê do irmão, Ciro mencionou o nome de Dilma duas vezes: no início, afirmando que o espaço também era dedicado à campanha dela no Ceará, e no fim, ao pedir votos para Cid e todos os demais integrantes da chapa majoritária no Estado.