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Sábado, 20 de julho de 2024

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Serra diz que 'aparato governamental foi usado para espionar gente'

O candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, cobrou providências no esclarecimento do vazamento de dados fiscais sigilosos do vice-presidente do PSDB Eduardo Jorge Caldas Pereira. O secretário da Receita Federal, Otacílio Cartaxo, confirmou nesta quarta-feira (14) o vazamento das informações, mas disse que não houve invasão do sistema da Receita e que o caso está sob investigação.


“Devo dizer que o secretário da receita foi honesto ao admitir isso [vazamento]. Mas é insuficiente admitir. Agora, tem que dar o nome. Uma coisa ficou caracterizada, foi usado o aparato governamental para espionar gente, e não é a primeira vez. Isso aconteceu no caso do caseiro, no caso da Ruth Cardoso, dentro da Casa Civil, e isso está acontecendo agora com o Eduardo Jorge, que é do PSDB, na Receita Federal”, disse Serra. “O partido [PT] pega informações que são sigilosas e usa na política, desrespeitando os direitos do cidadão.”

Serra disse ser “muito importante” para a democracia que a questão seja esclarecida a fundo e criticou o que chamou de “operação abafa”. “O 'dossiê dos aloprados' foi abafado até hoje. Tem R$ 1,7 milhão do qual nunca mais se ouviu falar e o sujeito que estava transportando virou um empresário próspero”, disse.

'Dossiê dos aloprados'
O caso do "dossiê dos aloprados" ocorreu durante a campanha presidencial de 2006. Em setembro daquele ano, a Polícia Federal apreendeu em um hotel de São Paulo R$ 1,168 milhão e US$ 248,8 mil com uma pessoa ligada ao PT. Na época, o advogado da coligação liderada pelo PSDB, Eduardo Alckmin, disse que o dinheiro tinha como destino a compra de um dossiê para denegrir a campanha tucana.

Sobre a ex-primeira-dama Ruth Cardoso, a oposição acusou o governo em 2008 de montagem de dossiê sobre despesas dela com cartões corporativos à época em que era primeira-dama (1995-2002).

Dilma 'não consegue andar com as próprias pernas', diz tucano
Serra subiu o tom das críticas ao comentar o elogio feito na terça-feira (13) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva à ex-ministra-chefe da Casa Civil e candidata do PT, Dilma Rousseff, durante lançamento do edital do trem-bala. Disse que o episódio "mostra, basicamente, que a candidata [Dilma] não consegue andar sobre suas próprias pernas".

O tucano apontou uso da máquina governamental na campanha e disse que isso "fere o senso de justiça do povo brasileiro". "Essa é realidade. Na verdade isso tende a potencializar quando a candidatura é produto de marquetagem", afirmou.

'Profissionais da mentira'
Serra aproveitou a presença na plenária da UGT, a única das seis centrais sindicais que não manifestou apoio à Dilma na eleição, para reafirmar seu papel na criação do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).

No domingo (11), cinco centrais sindicais divulgaram manifesto afirmando que Serra mentiu ao dizer que foi o responsável, quando deputado, pela criação do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e do seguro-desemprego. Afirmam que a iniciativa foi do ex-deputado Jorge Uequed (PMDB-RS). O texto foi assinado pela Central Única dos Trabalhadores (CUT, braço sindical do PT), Força Sindical (ligada ao PDT, que apoia Dilma), Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e Nova Central Sindical dos Trabalhadores.

O candidato afirmou que à época três projetos de lei de deputados diferentes foram unidos em um só texto, e que Uequed ficou com a autoria do projeto final por ter sido o primeiro a apresentar a proposta. "O meu projeto é que falava do FAT, Dos três, era o que tinha a proposta do FAT", disse Serra. O FAT é formado pelas contribuições do PIS e do PASEP e banca os programas do seguro-desemprego, de abono salarial e de desenvolvimento econômico do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Serra atribuiu a acusação de ter mentido sobre a paternidade do FAT a "profissionais da mentira". "Os profissionais da mentira estão aí em praça pública. É só olhar quais são as mentiras: essa do FAT, outro dia inventaram que eu ia acabar com os concursos no Brasil. Que vou acabar com o ministério do Desenvolvimento Agrário, que na verdade hoje é um cabide de empregos para o pessoal do MST [Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra]. Nunca falei isso", disse.

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