Em busca de alianças maiores ou palanques em regiões estratégicas do país, os três principais candidatos à Presidência da República terão ao seu lado nestas eleições políticos que, em outras situações, seriam evitados por conta de suas imagens desgastadas ou capacidade de causar polêmica. Dilma Rousseff (PT), Marina Silva (PV) e José Serra (PSDB) carregarão em suas coligações verdadeiras “pedras no sapato”, como o imortal maranhense José Sarney (PMDB-AP), o mensaleiro Roberto Jefferson (PTB-RJ) ou o herdeiro do clã do presidente do Senado Sarney Filho (PV-MA).

Para Dilma, a maior fonte destes incômodos está no PMDB, justamente o partido que lhe garantiu o maior tempo de exposição no rádio e na TV durante o horário eleitoral. Além de Sarney pai, Renan Calheiros (PMDB-AL) é outro nome que ressurge no cenário político após escapar de denúncias que desgastaram sua imagem.

Na campanha tucana, Serra já começou a pagar o preço do apoio que o PTB lhe oferece tendo que contornar a “saia-justa” criada por Jefferson ao antecipar o nome de Alvaro Dias (PSDB-PR) como vice na chapa antes que o PSDB consultasse o DEM. O vazamento criou mal-estar entre os aliados e os tucanos acabaram cedendo à indicação de Indio da Costa (DEM-RJ) para a vaga, sob protestos do petebista.

Marina tem o seu próprio partido como maior foco de possíveis desgastes eleitorais. Se por um lado o discurso da presidenciável em prol da ética na política e em defesa do meio ambiente tem cativado parcelas mais escolarizadas e de maior renda do eleitorado, por outro, o passado de alguns nomes que a apoiam no PV podem comprometer a coerência entre ela e sua base. Entre eles, o do deputado Sarney Filho (MA), que carrega um passado conservador que se distancia da tradição libertária da sigla.