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Sábado, 20 de julho de 2024

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Padilha admite que AGU orientou Lula a amenizar discurso

O ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, admitiu nesta terça-feira (20) que o advogado-geral da União (AGU), Luís Inácio Adams, orientou o presidente Luiz Inácio Lula e todos os integrantes do Executivo federal a evitar posturas que possam ser contestadas no Poder Judiciário como uso da máquina pública ou propaganda em prol da candidata do PT, Dilma Rousseff. A divulgação da orientação jurídica ocorreu após a vice-procuradora-geral eleitoral, Sandra Cureau, ter afirmado, que, em tese, o chefe do Executivo poder ter incorrido em crime de abuso de poder político por elogiar publicamente a candidata do PT à presidência da República, Dilma Rousseff, em um evento público e ter atribuído a ela o "sucesso" do lançamento do edital do Trem de Alta Velocidade (TAV).


"O presidente fez um discurso em defesa do governo como sempre faz. Nós estamos muito acostumados a acompanhar período eleitoral, não é a primeira eleição que disputamos com o presidente da República (no exercício do poder). Sabemos respeitar rigorosamente a lei, e é isso que nós vamos fazer. O presidente fez o que faz sempre: respeitar rigorosamente a lei", disse o coordenador político do governo.

Questionado se a amenização do discurso de Lula refletia a postura de Cureau junto do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Padilha disse que as declarações do presidente, sem polêmicas eleitorais, haviam sido recomendação da AGU. "Foram as recomendações da Advocacia-geral da União. A AGU desde 2006 nos orienta sobre como nos comportar durante as eleições. O presidente faz questão só que ele, mas todos os seus ministros sigam rigorosamente a lei", afirmou.

De acordo com o coordenador político do governo, a ordem nas eleições é "entrar em campo sem fazer falta" e optar pelo "futebol arte". As declarações de Padilha coincidem com o dia em que a ex-ministra recebeu nova multa do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por irregularidades na campanha eleitoral.

"Nosso time é igual ao time do Telê Santana, entra em campo para não fazer falta, só jogar futebol arte. O governo vai seguir rigorosamente a lei. O presidente pediu ao advogado-geral da União (para ele) fazer uma recomendação a todos os seus ministros e vamos fazer isso como já fizemos em 2006 e 2008", relatou Alexandre Padilha.

"Nós já estamos acostumados a disputar eleições estando no exercício do governo. Essa não é a primeira eleição em que (...) os aliados do presidente Lula disputam tendo o presidente Lula sendo o presidente da República. Seguimos rigorosamente a lei em 2006, seguimos rigorosamente a lei em 2008 e vamos seguir rigorosamente a lei em 2010, essa é a orientação do presidente tanto para a sua postura quanto para os seus ministros", completou o ministro.

Vice de Serra
Questionado sobre as declarações de Indio da Costa, candidato a vice-presidente na chapa do tucano José Serra, o ministro lamentou o fato de um político jovem, de sua geração, ter uma visão "tão reacionária" diante do Partido dos Trabalhadores (PT). Na última semana o parlamentar do Democratas buscou vincular o PT, partido ao qual a candidata Dilma Rousseff é filiada, ao narcotráfico e à guerrilha colombiana Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), além de classificar a ex-ministra da Casa Civil como uma "esfinge do pau oco".

"Fico triste só. A pessoa da nossa geração ter uma visão tão reacionária, conservadora e achar que baixaria pode surtir algum efeito positivo nas eleições, fico triste com isso. Mas estou feliz porque a nossa candidata e os aliados do presidente Lula vão manter o nível da campanha, discutindo programas de governo e propostas", comentou.
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