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Sábado, 20 de julho de 2024

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"Senado pecou em não abrir impeachment contra Lula", diz tucano

O senador Álvaro Dias (PR), vice-líder do PSDB no Senado, afirmou nesta segunda-feira (2) que o Senado "pecou" ao deixar de abrir um processo de impeachment contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante o escândalo do mensalão.


"Tivemos problemas graves que afetaram a credibilidade desta instituição, da maior importância para a democracia. E poderia dizer, sem ironizar, que o Senado pecou, sim, gravemente, em agosto de 2005, quando deixou de avaliar a hipótese de se instaurar um processo de impeachment do presidente da República, diante do escândalo monumental do mensalão, que sacudiu e indignou o povo brasileiro", disse, em seu primeiro discurso pós-recesso parlamentar.

O discurso de Dias, que chegou a ser anunciado como candidato a vice na chapa de José Serra na disputa pelo Palácio do Planalto, foi em resposta a crítica feita por Lula no sábado, em comício realizado em Curitiba (PR). Na ocasião, o presidente disse que espera que a candidata petista à sucessão presidencial, Dilma Rousseff, tenha um Senado melhor do que o atual.

Lula relembrou a aprovação do fim da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), em 2007, e classificou a atitude do Congresso de "mesquinharia".

"O presidente gostaria de ter um Senado submisso, um Senado acocorado diante da sua vontade autoritária. E o presidente sempre se refere ao fato de ter o Senado Federal sepultado a CPMF. O Senado rejeitou a pretensão do governo de prorrogar a CPMF. O presidente não perdoou o Senado exatamente por este feito, que atendeu as expectativas do povo brasileiro", disse o senador tucano.

"Se tivermos que apontar as falhas desta Casa, temos falhas a apontar, mas que não seja esta de que o Senado ofendeu o presidente da República. O Senado ofende a nação quando não agride os problemas cruciais, quando não aponta as falcatruas que ocorrem e os desvios monumentais e históricos que vivencia o poder público no País".

Dias também criticou o fato de Lula ter dito que pedirá ao presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad que envie ao Brasil Sakineh Ashtiani, acusada de adultério e condenada a 99 chibatadas e apedrejamento. Para o tucano, o presidente não poderia ter utilizado um comício para anunciar sua decisão.

"O presidente, como tal, não pode fazer campanha eleitoral, é o que se estabeleceu como norma legal e, portanto, ao fazer a campanha eleitoral, deve se utilizar de momentos da sua folga, mas isso se torna contraditório quando, em cima do palanque, o presidente adota uma posição oficial e anuncia decisão de Estado. Essa é a questão que deve ser debatida, analisada e, certamente, avaliada pelos julgadores que integram o Tribunal Superior Eleitoral".


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