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Sábado, 20 de julho de 2024

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Gabeira pedirá a Marina que ataque política externa em debates


O candidato do PV ao Governo do Rio de Janeiro, Fernando Gabeira, disse nesta sexta-feira (6) ao Terra que pedirá à presidenciável de seu partido, Marina Silva, para questionar a política externa do governo Lula no próximo debate entre os candidatos. Do primeiro, transmitido pela Band na noite de quinta-feira (5), esta discussão ficou ausente, quase ao mesmo tempo em que o Itamaraty propôs à ONU (Organização das Nações Unidas) que evite censurar publicamente países conhecidos por violar direitos humanos.

Marina classificara a iniciativa como "lamentável", na quarta-feira (4), por tornar o Brasil "complacente com os regimes autocráticos", mas não voltou a tocar no assunto durante o debate - José Serra (PSDB), principal candidato da oposição, também não.

Para Gabeira, "a falta de questionamento à política internacional do presidente (Luiz Inácio) Lula foi uma opção. Os candidatos optaram por falar apenas nos grandes temas: saúde, educação e economia. E um pouco de transporte. As questões externas nem sempre têm essa visão pelo eleitor".

O candidato verde do Governo do Rio ponderou, entretanto, que o tema vem crescendo. "O interesse pelas políticas externas tem aumentado (...) eu vou pedir à Marina para, no próximo debate, falar do Irã, dos presos políticos de Cuba, do pedido à ONU para parar de censurar publicamente ditadores sanguinários. Isso não condiz com a posição histórica da diplomacia brasileira, a favor da dignidade e dos direitos humanos", afirmou.

No domingo passado (1), Gabeira disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é "mestre em pôr a culpa na vítima", referindo-se ao discurso em que ele propôs abrigar no Brasil a iraniana Sakineh Ashtiani, condenada à morte por apedrejamento, "se esta mulher está causando incômodo", além de destacar sua "amizade e o carinho (...) pelo presidente do Irã".

O verde também se referiu à proposta do Itamaraty e à equiparação feita por Lula do pedreiro Orlando Zapata, prisioneiro político cubano morto em greve de fome, a bandidos presos por crimes comuns no Brasil.

Verdes ironizam rótulo de "ecocapitalista"
Fora das questões internacionais, Gabeira disse que Marina foi "bem no debate, especialmente quando, ao responder a uma pergunta do (jornalista da Band) Joelmir Beting, mostrou que meio ambiente e saneamento básico, um dos maiores problemas que ainda temos, andam lado a lado, que melhorar um passa por melhorar o outro".

Quanto à classificação de "ecocapitalista", dada a Marina por Plínio de Arruda Sampaio, Gabeira devolveu a ironia, afirmando que "é só classificação, não tem nenhum problena, assim como ele (Plínio) é um 'ecossocialista' e deveria saber que no capitalismo também há preocupação com o meio ambiente".

Sobre a mesma provocação, o presidente estadual do PV-RJ, Alfredo Sirkis, também contestou a suposta dicotomia, lembrando do acidente com a usina de "Chernobyl, o único e maior desastre nuclear em grande escala", ocorrido, em 1986, na Ucrânia - então, parte da União Soviética.

Petista chama questão sobre Apae de 'pegadinha'; tucano lembra proporção de pessoas com deficiência
Pestistas e tucanos do Rio também defenderam seus candidatos. O deputado federal Luiz Sérgio, presidente estadual do PT, disse que Dilma Rousseff "foi bem em seu primeiro debate eleitoral", de modo que José Serra, segundo ele, "não se sobressaiu, como se esperava de um candidato acostumado a tantos debates para governador e para presidente".

Luiz Sérgio classificou como "pegadinha" a pergunta feita por Serra sobre por que o Ministério da Educação proibiu, no governo Lula, as Apaes (Associações de Pais e Amigos dos Excepecionais) de atuarem também na área do ensino aos portadores de deficiência. "Ele pegou uma tema específico e fez uma 'pegadinha'", afirmou, acrescentando que "o conhecimento que a Dilma adiquiriu como ministra do presidente Lula faz dela a pessoa mais indicada para levar adiante os avanços de seu governo".

Já para o deputado estadual Luiz Paulo Corrêa da Rocha (PSDB), a questão "não pode ser classificada como 'pegadinha' quando cerca de 10% da população brasileira possui algum tipo de deficiência, incluindo visual ou auditiva. Não é admissível que a candidata, após não sei quantos anos no Governo, não considere portadores de deficiência como excepcionais".

Quanto a temas específicos levantados por Serra, como mutirões para cirurgia de cataratas - interrompidos no governo Lula -, o deputado tucano afirmou que sua importância é subestimada. "É um tipo de iniciativa essencial para desafogar a 'fila' na saúde e devolver a demanda a um fluxo administrável", disse.

Tanto Luiz Paulo quanto Cesar Maia, candidato do DEM ao Senado, afirmam que o impacto maior do debate - cuja audiência foi baixa, oscilando entre 1,9 e 5,5 pontos - será com sua repercussão nos próximos dias.
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