Entre carrinhos e barracas de frutas, o candidato à governador de São Paulo pelo PP, Celso Russomano, visitou, neste sábado (7), a feira livre do bairro AE Carvalho, zona leste de São Paulo. Durante a caminhada, o candidato acusou Geraldo Alckmin de não conhecer a segurança pública da cidade.

Ao conversar com eleitores, Russomano disse que recebeu muitas reclamações em relação à segurança nas escolas. "Uma senhora me contou que a ronda escolar só passa de vez em quando, que ela não fica na frente das escolas, por isso as drogas chegam até lá", disse. Questionado então sobre a declaração do candidato tucano ao governo, Geraldo Alckmin, de que "as drogas não vem do interior, só chegam no Estado por omissão do governo federal", Russomano subiu o tom e disse que não é verdade. "Ele mente quando fala isso, eu fui vice presidente da CPI do Narcotráfico e nós identificamos que as drogas passavam pelas rodovias", enfatizou.

"Uma vez vimos um carro chamado 'abre alas', que fazia distribuição de dinheiro nas ruas para que o caminhão de drogas passasse e não fosse parado pela polícia", contou. "Nós identificamos os postos policiais por onde passava a droga. A droga entra por São Paulo, vem pelo Mato Grosso, vem pelo Paraná e ainda embarca no Porto de Santos", explicou.

"Ele não conhece segurança pública, ele não pode falar o que ele não conhece. Tanto é que aqui em São Paulo, nós prendemos a Maria do Pó, que é a maior narcotraficante do Estado. Trazia 10 ou 12 toneladas de maconha em cima de um caminhão. Por onde? Pelas rodovias. Ele não sabe o que está falando, ele devia ter cuidado da segurança enquanto foi governador para falar a coisa certa", afirmou.

Russomano disse ainda que a proposta de seu governo é de colocar dois policiais por escola. "Vamos recontratar os policiais que estão na reserva para colocar na frente das escolas. Com isso nós vamos resolver o problema das drogas na escola", resumiu o candidato.

Parceria
Sem o deputado federal e candidato à reeleição Paulo Maluf (PP-SP), Russomano cumprimentou eleitores na feira do bairro e distribuiu cartões postais com fotos e autógrafos. "Maluf não pode vir porque ele já está com 79 anos, não iria aguentar uma caminhada longa numa feira como esta", esclareceu.

Questionado sobre o pedido de impugnação feito pelo Ministério Público à candidatura de Maluf, Russomano afirmou que gostaria que o projeto Ficha Limpa fosse ainda mais rigoroso. "Eu votei favorável ao Ficha Limpa e queria que fosse mais duro, queria que afastasse definitivamente da política quem tem a ficha suja, não apenas por oito anos. Com relação ao caso do Paulo Maluf eu acredito na Justiça, então vamos aguardar para ver o que a Justiça vai falar a respeito", afirmou.

Caminhada
Durante o percurso, Russomano disse que o carro-chefe de sua campanha será a defesa dos consumidores e prometeu aos feirantes a criação de uma Secretaria do Consumidor e da Concorrência. "A caixa da laranja no pé custa em média R$6,00 e chega ao consumidor o preço que nós estamos vendo aqui. Existe um cartel em cima da laranja e esse cartel tem que ser responsabilizado pelo que está fazendo", enfatizou.

Russomano, que começou sua carreira como jornalista dedicado aos direitos dos consumidores, disse que prioriza o contato com eleitores durante a época de campanha. "Adoro andar nas ruas porque as pessoas tem muito carinho pelo meu trabalho e isso é muito importante para saber o que eles estão sentindo, o que está errado e o que precisa mudar", destacou.

Aos gritos, feirantes chamavam a atenção de senhores e senhoras que puxavam os carrinhos. "Vamos aproveitar a promoção que é porque o Russomano está aqui". Outros comentavam que "candidato só vai à feira nessas épocas". Para Marcos Silva Campos, 32 anos, candidatos que vem fazer campanha em feira não atrapalham. "É bom porque chama mais gente pra cá".

Marcos é feirante há 19 anos e disse que espera que Russomano continue fazendo o trabalho dele. "Ele tinha um trabalho interessante na televisão, se ele continuar fazendo isso no governo seria bom", acredita. "O melhor que ele podia fazer por nós seria arrumar o horário da feira, que agora acaba às 13h e antes terminava às 14h, e isso prejudica muito a gente", reivindicou.