O contador Antônio Carlos Atella Ferreira diz que o pedido em nome de Verônica Serra fazia parte de um lote e que ele não se deu conta de que se tratava da filha do candidato do PSDB à presidência, José Serra. Ele afirma que pediu e retirou as informações a mando de terceiros.
"Eu não sabia que esta pessoa era filha de uma pessoa que eu aprecio e respeito", defende-se.
Antonio Carlos diz ainda que não trabalha para políticos, nem é filiado a partidos.
"Se alguém me filiou nem conheço quem é. Se é que estou filiado", diz o contador.
Ele deu a versão dele sobre o documento falsificado entregue à Receita.
"Se fosse eu, você acha que eu teria assinado a retirada dos documentos. Eu lembro que pessoas pediam lotes. Dessas pessoas havia um seleto grupo de meia dúzia de pessoas", rebate.
Antonio Carlos citou apenas um nome: Ademir.
"Ele é um colega meu. Está no meio desta dúzia de pessoas", diz.
De acordo com o contador, Ademir Estevão Cabral trabalha em outro escritório e encomenda serviços para diversos clientes.
"O que ele dizia na época é que as pessoas que solicitavam serviços para ele tinham pressa", explica Antonio Carlos.
A relação entre os dois homens foi confirmada por uma colega de trabalho de Ademir, Helena Barbosa, mas ela duvida que ele seja o autor da falsificação.
"O Ademir nem sabe escrever direito, como vai falsificar alguma coisa. O Ademir é um tipo de boy. Ele pega os documentos dos advogados e vai protocolar", diz ela.
Ademir não foi encontrado em casa nem no escritório. Por telefone ele negou que o pedido de cópia de documentos em nome de Verônica Serra tenha passado por ele. Disse ainda que vai procurar um advogado.