O ex-candidato ao governo do Distrito Federal Joaquim Roriz divulgou nesta sexta-feira (29) carta aberta em que chama de "teatro de horrores" o julgamento sobre a Lei da Ficha Limpa no Supremo Tribunal Federal (STF). Na última quarta-feira (27), o tribunal julgou o recurso do deputado federal Jader Barbalho (PMDB-PA), que teve o registro negado pela Justiça Eleitoral.

O G1 entrou em contato com a assessoria do STF e aguarda resposta.

Roriz foi barrado pela norma por ter renunciado, em 2007, a mandato de senador para escapar de processo de cassação, caso semelhante ao de Jader. Ele acusou o plenário do STF de usar "dois pesos e duas medidas" ao avaliar a situação dos candidatos.

Os julgamentos sobre os dois polticos no STF terminou em empate de 5 a 5, mas na sessão que analisou o processo de Jader, os ministros decidiram manter o entendimento do Tribunal Superior Eleitoral sobre a ficha limpa, mantendo a validade da lei para as eleições deste ano e a aplicação a casos anteriores a sua vigência.

"Após o último ato do teatro de absurdos protagonizado pelo julgamento desta semana, o Supremo Tribunal Federal usou de dois pesos e duas medidas ao avaliar a situação dos candidatos em relação à chamada Lei da Ficha Limpa", diz trecho da carta de Roriz, que depois do impasse no STF, renunciou à disputa e indicou sua mulher, Weslian Roriz, para concorrer em seu lugar.

No texto, Roriz citou uma das falas do ministro Gilmar Mendes, durante o julgamento de Jader. Mendes, que votou contra a aplicação da lei neste ano, acusou o TSE de decidir com "casuísmo" sobre os casos de ficha limpa e afirmou que a lei teria endereço certo, de interferir nas eleições para o governo do Distrito Federal (DF) em benefício do PT.

"O coordenador de campanha de Dilma, deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP), é o autor da emenda o autor da emenda que incluiu a letra K, que trata de renúncia, a pedido do PT do DF, temeroso de minha vitória certa nas urnas. Estou desapontado e muito triste, mas não cabisbaixo e nem vencido", disse o ex-candidato.

O G1 deixou recado no telefone do deputado José Eduardo Cardozo e aguarda resposta.