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Segunda-feira, 22 de julho de 2024

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Discurso de Dilma no Congresso agradou, diz oposição

Representantes de partidos da oposição ao governo afirmaram que o discurso da presidente Dilma Rousseff no Congresso Nacional neste sábado (1º) após a posse agradou a todos. O senador Demóstenes Torres (DEM-GO), que esteve na cerimônia, afirmou que o discurso da nova presidente teve tom de "horóscopo".


"É uma linguagem de horóscopo, quem é que não gosta disso? Acho que todo mundo ficou feliz", disse.

Sobre trechos do discurso em que a presidente disse que o novo governo irá estender a mão à oposição, o senador disse que a oposição fará o mesmo em relação à presidente. "Eu, especialmente, também estendo as mãos à presidente, acho que a oposição também. Nós queremos que ela dê certo, porque isso é importante para o Brasil", afirmou.

Mesmo assim, ele afirmou que a oposição também continuará a exercer o seu papel. "Estaremos junto com ela para fazer as duas reformas que ela quer fazer, e até outras que são necessárias. Mas nós estaremos também aí para cobrar, para ser vigilantes e fazer com que a oposição cumpra seu papel", declarou.

"[Vamos] lembrar que hoje a grande maioria da população brasileira é governada por governadores que fazem oposição ao governo federal. Se a maioria da população votou na presidente Dilma, a maioria também votou para que os governadores da oposição estivessem aí hoje, buscando fazer com que o Brasil avance."

Um dos únicos governadores da oposição presentes, Marconi Perillo (PSDB), de Goiás, também saiu satisfeito com as falas da presidente. "Eu já tinha certeza de que o discurso não seria diferente: que a presidente sinalizaria para uma boa e respeitosa convivência, especialmente para os governadores de oposição, e também com a oposição no Congresso Nacional", disse.

Segundo ele, quando se ocupa o cargo máximo em um estado, a tarefa não é fazer oposição do governo - independentemente do partido.

"O governo [estadual] não deve fazer oposição ao governo [federal]. O governo federal deve ter a melhor relação de harmonia com os governos estaduais, e os governos estaduais, por sua vez, têm que procurar uma relação de harmonia, de respeito, de reciprocidade e de complementariedade com os prefeitos", afirmou.

Novo perfil
Perillo também falou sobre o perfil mais formal da nova presidente em comparação a Luiz Inácio Lula da Silva. "Tudo que é sério precisa ser respeitado, acolhido, com muita boa vontade. Eu tenho certeza de que a relação dela com os seus ministros e auxiliares será de muita cobrança, de muita austeridade, de muito respeito recíproco. Ela exerce uma liderança forte, eu tenho certeza que a relação dela com os governadores, com o parlamento, com as instituições também será uma relação muito séria, respeitosa e não discriminatória", afirmou.

Sobre a diferença em relação à popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que por vezes aparecia como forte obstáculo à oposição, o governador afirmou que "o problema não é a popularidade de um líder".

"Muitas vezes o que atrapalha o relacionamento é o rancor ou a mágoa, porque às vezes não sabe entender o seu grandioso papel que é o de inteirar uma nação. Eu percebo, na presidente Dilma, toda uma mudança em relação a esse tipo de comportamento. Vejo que a presidente terá uma convivência muito mais tranquila, sensata e equilibrada com a oposição", disse.

Cesare Batisti
Demóstenes Torres também comentou a decisão do presidente Lula de não extraditar o ativista italiano Cesare Battisti, emitida no dia anterior. Segundo o senador, esse tipo de atitude não deve ocorrer no novo governo.

"Não é possível mais acontecer o que aconteceu agora no final do ano, o governo brasileiro comprar uma briga diplomática com um país influente e importante para manter no país um delinquente, um bandido, um condenado à prisão perpétua na Itália, e que simplesmente ficou aqui para agradar uma parte da esquerda brasileira", declarou.

Perguntado se Battisti será tema de polêmica no Congresso dos Deputados, Torres respondeu que "sem dúvida". "É o foro ideal [para a discussão]. Aqui e no Supremo Tribunal Federal. O Supremo inclusive precisa tomar decisão mais clara a respeito disso - talvez tenha sido a posição pouco clara do Supremo que tenha ensejado esse tipo de conduta", disse.

Tôrres também afirmou acreditar que o presidente do Supremo, Cezar Peluso, não irá soltá-lo antes de fevereiro, "até que o STF se constitua de forma regular".

Mínimo de R$ 580
O senador do DEM aproveitou a oportunidade para ressaltar que a oposiçã irá lutar pelo aumento do salário mínimo para R$ 580.

"Nós tínhamos, na campanha, prometido um teto mais alto do que os R$ 540. E uma vez que foi dito também na campanha que o governo teria mais atenção que a oposição em relação a esse quesito, queremos então que o salário vá com tranquilidade para R$ 580", afirmou Tôrres.
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