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Terça-feira, 23 de julho de 2024

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Até 2014 governo quer elevar investimentos para 22% do PIB

O governo brasileiro estabeleceu meta para o aumento dos investimentos no País, que estão por volta de 19% do Produto Interno Bruto (PIB).

O governo brasileiro estabeleceu meta para o aumento dos investimentos no País, que estão por volta de 19% do Produto Interno Bruto (PIB). A expectativa é que cresçam para 22,4% do PIB até 2014. No ano passado, o resultado foi de 18,4% do PIB. A informação está incluída na política industrial, tecnológica e de comércio exterior, batizada de Brasil Maior, anunciada na semana passada.


O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, explicou na ocasião que as chamadas "macrometas" da política industrial só seriam divulgadas após a aprovação do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), formado por 13 ministros, o presidente do BNDES e 14 representantes do setor produtivo e dos trabalhadores, que fará o acompanhamento das medidas. O CNDI ainda não se reuniu.

No entanto, as metas foram publicadas na cartilha do Brasil Maior divulgada no site oficial da política industrial. Ao todo, são 10 macrometas dentro do plano.

Para especialistas, é possível que os investimentos totais no Brasil (público e privado) atinjam este patamar. "Os investimentos já estão próximos dos 20% do PIB. Se o governo mantiver sua atuação, pode alcançar 22%. Somado ao fato de que aumentará a aplicação de recursos para as obras da Copa do Mundo de 2014", analisa Alcides Leite, professor da Trevisan Escola de Negócios..

Contudo, Alcides Leite não sabe dizer se é possível que ultrapasse 22% do PIB. "Teria de elevar ainda mais os investimentos públicos. Atualmente a carga tributária está em 37% do PIB. Se retirar 10% para investir, equivaleria ao crescimento dos recursos públicos aplicados no País para entre 3% e 4% do PIB. Hoje, os investimentos públicos não atingem 2%", diz. "Desta forma, seria provável que tenhamos investimentos totais acima dos 25% do PIB, o que é ideal para um avanço econômico por volta de 5%, sem gerar pressão inflacionária", acrescenta o professor.

André Accorsi, professor do curso de administração da ESPM, compartilha com a opinião de Alcides Leite de que a meta seja cumprida. Por outro lado, ele observa que o governo deve tomar algumas medidas para que os 22% do PIB sejam alcançados com mais facilidade. "Atualmente, o governo está preocupado com a inflação. Mas para aumentar os investimentos, precisa elevar o consumo, a fim de que o empresário se sinta em um ambiente seguro", diz. Ele cita a redução de impostos e ampliação de linhas de financiamento, principalmente pelo BNDES, como formas de tornar esse ambiente confortável para investimentos.

Empecilhos

Ainda ontem, ao sair de almoço com a presidente Dilma Rousseff, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, foi questionado se são os tributos que atrapalham os investimentos no País, conforme teria dito o presidente da BM&FBovespa, Edemir Pinto. Ele respondeu que a crise internacional é o fator que prejudica uma expansão.

Pesquisa recente da KPMG mostra que 52% de 185 executivos entrevistados, e que investem no Brasil, identificaram a alta e complexa tributação como uma barreira para aplicar recursos. Entretanto, para Jarib Fogaça, sócio da KPMG no Brasil, os regimes tributários existentes no País também oferecem incentivos e benefícios às empresas que estabelecem operações industriais. "Por exemplo, na esfera federal, as empresas que trazem equipamentos de produção mais sofisticados para fins de fabricação podem solicitar uma taxa de depreciação duas vezes maior sobre esses equipamentos para fins tributários", cita.

Por outro lado, o sócio da KPMG diz ainda que a pesquisa apontou que 41% dos entrevistados mostraram-se interessados em expandir a destinação de recursos ao país. Para 66% dos entrevistados, o principal motivo é a expansão de sua clientela pelo acesso aos mercados locais e regionais. "Ou seja, o País permanecerá um destino atrativo para investidores do mundo todo", prevê Jarib Fogaça.

Demais metas

Além de aumentar os investimentos com relação ao PIB, o governo também quer ampliar a participação do Brasil no comércio internacional de 1,36%, em 2010, para 1,60%, em 2014.

Um outro objetivo prevê a redução do consumo de energia por unidade do PIB industrial (consumo de energia em tonelada equivalente de petróleo - tep). O plano prevê ainda a elevação dos gastos em Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) de 0,59% do PIB, em 2010, para 0,90% do PIB, em 2014.

O governo ainda quer passar de 30,1% para 31,5%, no mesmo período, o percentual da indústria intensiva em conhecimento.

Para a micro, pequenas e médias empresas (MPMEs), o governo estabeleceu como objetivo ampliar em 50 o número de empresas inovadoras, passando de 37,1 mil, em 2008, para 58,0 mil, em 2014. O plano ainda quer elevar a participação nacional nos mercados de tecnologias, bens e serviços para energias de 64%, em 2009, para 66% em 2014, entre outras metas estabelecidas.

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