O envolvimento do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Fernando Pimentel, com uma empresa de consultoria e as denúncias de tráfico de influência no governo federal que recaem sobre ele, motivaram a apresentação de um pedido de informações protocolado hoje (15/12) no Senado Federal. O requerimento, de autoria do senador Álvaro Dias (PSDB/PR), recebeu o apoio do senador Pedro Taques (PDT/MT).

"Apoio o pedido de informações independentemente da cor partidária. Todo agente público, seja parlamentar ou ministro, tem a obrigação constitucional de prestar informações sobre a utilização de recursos públicos", argumentou Taques.

Pimentel terá que enviar ao Senado, por escrito, explicações sobre as atividades de consultoria que desempenhara antes de assumir o comando da pasta. A partir do momento em que receber o pedido de informações, Pimentel terá 30 dias para responder as dúvidas sobre suas atividades empresariais no período entre sua saída da prefeitura de Belo Horizonte e a chegada ao ministério.

"O ministro Pimentel não era um consultor qualquer. Era um consultor muito influente no governo, com notória ligação pessoal com a então ministra Dilma Rousseff. Portanto, o presente requerimento visa a oferecer ao ministro Pimentel uma oportunidade para que esclareça as denúncias de tráfico de influência e de conflito de interesses publicadas pela imprensa nos últimos dias", afirma o documento assinado por Dias.

O jornal O Globo aponta em reportagem que Pimentel teria recebido R$ 2 milhões por consultorias prestadas por sua empresa. Pimentel argumenta que a remuneração que recebeu é menor que a informada pela imprensa e compatível com o que o mercado paga a executivos de empresas.

Já a Folha de S.Paulo afirma que uma das empresas que contratou a consultoria do atual ministro manteve contratos com a prefeitura da capital mineira quando Pimentel era prefeito. Pimentel foi o tesoureiro de campanha da candidata à presidente Dilma Rousseff e foi colega de Dilma nos tempos da guerrilha contra a ditadura.