O senador Pedro Taques (PDT-MT) encaminhou pedido para que o Congresso Nacional requeira à Procuradoria Geral da República (PGR) a investigação das denúncias envolvendo o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) e o empresário Carlos Augusto Ramos, também conhecido como Carlinhos Cachoeira.
A solicitação foi entregue ao presidente do Senado José Sarney (PMDB-AP) nesta terça-feira (20). O objetivo da investigação, segundo Taques, é obter o esclarecimento dos fatos que colocaram em dúvida o decoro parlamentar de Demóstenes – um dos senadores mais próximos do mato-grossense.
Carlinhos Cachoeira é apontado pela Polícia Federal como o pivô da Operação Monte Carlo, destinada a desbaratar quadrilha envolvida com o jogo ilegal em vários Estados da Federação.
“Solicitamos que o Congresso Nacional requeira ao procurador Geral da República todas as informações e documentos que dão conta do envolvimento de parlamentares nas ações investigadas pela Operação Monte Carlo da Polícia Federal e, de posse de tais documentos, tome as providências no curto prazo que o caso requer”, consta do pedido de Taques.
Dentre as inúmeras informações levantadas pela PF e divulgadas pela imprensa constam relatos de que entre fevereiro e agosto de 2011 foram trocadas 298 ligações telefônicas entre Demóstenes Torres e o bicheiro. Em um destes diálogos, há referências a um presente dado por Cachoeira e recebido pelo senador goiano: uma cozinha importada no valor de US$ 27 mil.
Com base em denúncias da revista Época publicadas no dia 14 de março, Carlinhos Cachoeira teria habilitado nos Estados Unidos 15 rádios Nextel que teriam sido distribuídos para pessoas de sua mais estrita confiança.
Entres as pessoas que receberam o rádio estariam foragidos e pessoas presas durante a operação da PF. Consta também que Demóstenes também teria recebido um desses aparelhos e utilizado o equipamento exclusivamente para realizar ligações para Carlinhos Cachoeira.
Ainda conforme a reportagem, a habilitação no estrangeiro teria a finalidade de impedir que estas pessoas fossem alvo de monitoramento pela polícia.
