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Domingo, 21 de julho de 2024

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Após acordo, PT muda texto de CPI sobre Cachoeira e coleta assinaturas

Parlamentares iniciaram nesta quinta-feira (12) a coleta de assinaturas para a criação da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) que investigará as relações de políticos com o bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso em fevereiro durante a Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, sob a acusação de comandar um esquema de jogo ilegal em Goiás.


O gabinete do líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto, responsável por negociar o texto, informou que já foram coletadas 38 assinaturas de deputados.

Para conseguir acordo com a maioria dos líderes partidários, Tatto deixou explícito na redação que “agentes públicos e privados” serão investigados pela CPI mista. A versão anterior apresentada pelo petista dizia genericamente que a comissão seria "destinada a investigar num prazo de 180 dias práticas criminosas desvendadas na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, com o envolvimento do senhor Carlos Augusto Ramos, conhecido vulgarmente como Carlinhos Cachoeira".

PSDB, DEM e PMDB protestaram contra a versão inicial e pediram ainda que a CPMI também investigasse fatos relacionados à Operação Vegas, feita pela PF em 2009, que também apurou negócios ilegais comandados por Cachoeira.

Após uma reunião no gabinete do líder do PMDB na noite de quarta (11), foi construída a versão final do texto. A redação afirma que a comissão será destinada a “investigar num prazo de 180 dias, práticas criminosas desvendadas pelas operações Vegas e Monte Carlo, da Polícia Federal, com o envolvimento do senhor Carlos Augusto Ramos, conhecido vulgarmente como Carlinhos Cachoeira, e agentes públicos e privados.”

O texto diz ainda que a investigação se dará “sem prejuízo de aditamento de fatos que se ligam, intimamente, ao objeto principal, particularmente a existência de um esquema de interceptações e monitoramento de comunicações telefônicas e telemáticas ao arrepio do princípio de reserva de jurisdição.”

O PSDB ainda negocia para que seja retirada do texto a palavra “intimamente”. O objetivo é que a investigação seja ampla e irrestrita. A assessoria do partido informou que a retirada da palavra não invalida as assinaturas coletadas até o momento.

Já o líder do DEM, ACM Neto (BA), afirmou que ainda não concorda com a redação final apresentada por Tatto e está em reunião com o líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN). Na noite desta quarta (11), Tatto afirmou que mesmo sem a concordância de todos os partidos a coleta de assinaturas seria iniciada, já que “a maioria” estaria de acordo com o texto.

“Temos acordo, se não temos com todos os partidos, temos com a maioria. Atendemos à reivindicação de explicitar o termo ‘agentes privados’ e ampliamos para a Operação Vegas. Iniciaremos a coleta de assinaturas amanhã [quinta]”, afirmou na noite de quarta.
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