O ex-líder do governo no Senado Romero Jucá (PMDB-RR) afirmou na tarde desta quinta-feira (12) que não pretende assinar o requerimento que pede a criação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que vai investigar as relações do bicheiro Carlinhos Cachoeira com políticos, autoridades e empresários. Na análise de Jucá, a criação de uma CPMI poderia ser prejudicial para o governo.

"Não precisa da minha assinatura. A CPMI não está na minha prioridade [...] Se eu fosse líder [do governo], defenderia que não tivesse CPI. Uma CPI nunca é boa para o governo", disse. "Eu acho que a CPI está sendo proposta em cima de fatos que já estão sendo investigados", completou.

A coleta de assinaturas para a criação da CPMI teve início nesta quinta. Para o requerimento que pede a criação da comissão seja protocolado, são necessárias 27 assinaturas no Senado e 171 na Câmara dos Deputados.

Na manhã desta quinta, Jucá se recusou a relator o processo que investiga o senador Demóstenes Torres (GO) por suposta quebra de decoro parlamentar. Demóstenes, que se desfiliou do DEM, é suspeito de usar o mandato para favorecer Cachoeira. Nesta tarde, Jucá afirmou que não aceitou a relatoria porque, durante o tempo que foi líder do governo, teve "embates" com Demóstenes.