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Domingo, 21 de julho de 2024

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Jornal diz que Demóstenes interferiu no MP de GO em favor de bicheiro

O senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), flagrado em escutas telefônicas feitas pela Polícia Federal em conversas com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, teria interferido no Ministério Público de Goiás para favorecer o contraventor, segundo reportagem do jornal "Correio Braziliense" deste sábado (14). Cachoeira é acusado de comandar um esquema de jogo ilegal.


Demóstenes, que responde a um processo por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética do Senado, afirmou na última quinta-feira (12) que irá provar sua inocência. "Provarei que sou inocente", disse o senador. Sobre a denúncia feita na reportagem, o advogado de Demóstenes, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, afirmou neste sábado que não iria responder a "questões pontuais".

"Não vamos ficar respondendo a questões pontuais, sobretudo porque estamos esperando uma posição do STF. Se respondermos sobre grampos criminais, estaríamos validando uma ilegalidade", disse o advogado ao G1.

Segundo a reportagem, Demóstenes teria garantido ao bicheiro interferir em procedimentos do Ministério Público, que é comandando pelo irmão do parlamentar, o procurador-geral de Justiça Benedito Torres.

Gravações feitas pela Polícia Federal as quais o jornal teve acesso apontam que no dia 16 de maio de 2011, Cachoeira pediu a Demóstenes que conversasse para interceder contra uma transportadora, que estaria atuando em área incômoda para o bicheiro.

- Cachoeira: Você falou com seu irmão?
- Demóstenes:De novo não. Vou encontrar com ele pessoalmente.

O bicheiro, segundo gravações obtidas pelo jornal, reforça o pedido: "Tem de ser via Ministério Público, entendeu?"

- Cachoeira: Manda ele [Benedito Torres] lá designar um promotor para entrar com uma ação contra isso aí, porque isso aí tem parte do Ministério Público Municipal, entendeu?

Segundo a reportagem, na noite do mesmo dia Demóstenes retorna a ligação para Cachoeira.

- Demóstenes: Tratei com ele aquelas duas questões. Diz que vai resolver.

STF
Nesta sexta-feira (14), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski negou pedido de liminar (decisão provisória) feito pela defesa do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) com a finalidade de suspender o inquérito aberto no tribunal para investigar o parlamentar.

Demóstenes responde a inquérito no STF em razão de investigação da Polícia Federal que aponta envolvimento dele com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, preso desde o dia 29 de fevereiro por suspeita de comandar um esquema de jogo ilegal.

O pedido de liminar tinha por objetivo suspender a tramitação do inquérito até que o plenário do STF julgue ação que pede a declaração de ilicitude das gravações de conversas telefônicas entre Demóstenes e Cachoeira.

O advogado do senador, Antonio Carlos de Almeida Castro, argumenta que, na condição de senador, as escutas de telefonemas de Demóstenes só poderiam ter sido autorizadas pelo Supremo e não pela Justiça Federal de Goiás. Ainda não há data para o julgamento pelo plenário do mérito da ação.

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, defende a legalidade das escutas. Para ele, a descoberta da relação entre o parlamentar e Cachoeira foi um "achado fortuito".

"O senador Demóstenes jamais foi alvo das interceptações telefônicas. As interceptações tinham por alvo Cachoeira e outras pessoas não detentoras de prerrogativa de foro e por isso podiam ser, como foram, autorizadas pela Justiça Federal em Goiás", declarou.

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