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Domingo, 21 de julho de 2024

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Ayres Britto nega crise no STF em meio a polêmica entre Lula e Mendes

O ministro do Supremo Tribunal Federal, Carlos Ayres Britto, negou nesta quarta-feira (30) uma crise envolvendo a corte, um dia após o ministro Gilmar Mendes apontar a existência de uma "armação" com o objetivo de atingir o STF. Segundo Mendes, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva estaria fazendo o papel de "central de divulgação" de boatos contra ele, após tentar pressioná-lo para adiar o julgamento do mensalão, previsto para este ano.


Questionado sobre a existência de uma crise, Ayres Britto respondeu: "De jeito nenhum. Não vejo por esse prisma de nenhum modo". Em seguida, defendeu a independência do STF. "O Supremo Tribunal Federal é sobranceiro, altivo, independente, consciente de sua função institucional. E não se afasta disso", afirmou.

A polêmica entre Lula e Gilmar Mendes surgiu após a revelação, pela revista "Veja", de uma conversa entre os dois no final de abril. Segundo a revista, Lula teria oferecido proteção ao ministro na CPI do Cachoeira, em troca do adiamento do processo do mensalão, que poderia levar à prescrição de vários crimes, derrubando eventual punição de réus.

Na ocasião, Lula teria mencionado uma viagem a Mendes a Berlim na companhia do senador Demóstenes Torres. Segundo a revista, "boatos" davam conta de que a viagem teria sido patrocinada pelo bicheiro. Mendes mostrou documentos provando que viajou com recursos próprios e do STF. Demóstenes afirmou que não viajou junto com o ministro.

Nesta terça (30), Mendes disse que os boatos estavam sendo plantados por "gângsters" e "bandidos" e que Lula faia o papel de "central de divulgação". "Era para atingir o tribunal, criar um clima de corrupção geral, era esse o objetivo", declarou.

O presidente do Supremo não comentou as declarações de Mendes, no entanto, enfatizou que é necessário agendar com celeridade o julgamento dos 38 réus do mensalão para evitar novos desgastes para a corte.

Segundo Ayres Britto, ele aguarda apenas o ministro Ricardo Lewandowski concluir a revisão do processo para definir quando será deflagrada a análise do caso. Enquanto isso, explicou o ministro, a cúpula do tribunal se dedica a organizar a logística do julgamento.

Dilma nega risco de crise
Mais cedo, nesta quarta, a presidente Dilma Rousseff desmentiu reportagem desta quarta do jornal "O Estado de S.Paulo" segundo o qual a polêmica entre Lula e Mendes estaria sendo avaliada pelo Planalto como uma "situação perigosa", com potencial para uma crise institucional.

Classificando as informações como falsas, Dilma destacou que o encontro que teve com Ayres Britto nesta terça havia se limitado ao convite para que o magistrado participe da Rio+20 e a assuntos administrativos dos dois poderes.

Minutos antes de ingressar no plenário do tribunal na tarde desta quarta, Ayres Britto confirmou o conteúdo da conversa com Dilma no dia anterior.

"Falamos sobre assuntos variados da administração pública, que diz respeito aos dois poderes, mas, focadamente, discutimos a Rio +20. Sua Excelência (Dilma) me convidou para fazer parte da delegação", contou.

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