O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, rebateu nesta quarta-feira as críticas ao documento aprovado na Rio+20 na terça-feira e saiu em defesa da conferência que, segundo ele, é a "mais inclusiva da história das Nações Unidas".

Na terça-feira, as delegações presentes à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável aprovaram um documento antes da cúpula com chefes de Estado, que começou nesta quarta-feira.

O texto foi alvo de duras críticas por parte de organizações não-governamentais de defesa do meio ambiente, que consideram o documento fraco que traz retrocessos nas discussões ambientais.

"O governo brasileiro criou a conferência mais inclusiva da história das Nações Unidas. Estamos dando voz às ONGs, ao setor privado e aos diferentes setores da sociedade, para que elas se expressem", disse o ministro a jornalistas após encontro entre a presidente Dilma Rousseff e seu homólogo francês, François Hollande.

"É natural que elas queiram mais, fiquem mais ambiciosas. Mas se juntar 193 ONGs dos países, elas também terão dificuldade para chegar a um denominador comum. É importante entender que o processo intergovernamental é diferente do processo da sociedade civil."

Sobre o encontro entre Dilma e Hollande, Patriota disse que os dois presidentes discutiram temas bilaterais relevantes ao que ele chamou de "parceria estratégica" entre as duas nações.

"Falou-se de cooperação agrícola, cooperação em energia, porque, como vocês sabem, a França tem um desenvolvimento muito adiantado em energia nuclear e poderá haver também uma aproximação neste tema", disse ele, sem dar mais detalhes.

"A presidenta também falou em espaço para investimento aqui no Brasil, relacionado a gás e petróleo. Essa relação que já é saudável, próxima e estratégica, hoje se beneficia nessa afinidade entre os dois líderes."

Segundo o ministro, também foi discutida a possibilidade de visitas recíprocas, mas sem a definição de datas.