A rápida cerimônia de posse do empresário Wilder Pedro de Morais (DEM-GO) no Senado na manhã desta sexta-feira (13 ) pegou de surpresa os senadores que estavam presentes no plenário. Diante de apenas quatro dos 81 senadores, Wilder leu o juramente e assumiu, oficialmente, sua cadeira no Senado Federal.

"O homem chegou de surpresa. Não tinha o que fazer além de dar posse", disse o senador Ciro Nogueira (PP-PI), quarto-secretário da Mesa, que deu posse a Wilder. Nogueira afirmou que, na noite de quinta-feira, foi questionado pela Mesa Diretora se estaria na sessão desta sexta para dar quórum aos trabalhos.

Os senadores Roberto Requião (PMDB-PR), Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) e Ana Amélia (PP-RS) assistiram ao juramento. Encerrada a cerimônia de posse, o novo senador retirou-se do plenário.

"Eu fui tão surpreendido quanto vocês. Nem mesmo o partido dele [DEM] estava aqui", disse o senador Mozarildo Cavalcante.

O empresário é primeiro suplente de Demóstenes Torres, que teve o mandato cassado pelo plenário na última quarta-feira (11) por quebra de decoro parlamentar. Demóstenes é suspeito de ter usado o mandato parlamentar para beneficiar os negócios do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso em fevereiro pela Polícia Federal durante a Operação Monte Carlo.

Wilder Morais chega ao Senado alvo de um requerimento do PSOL, que pede que ele preste explicações à CPI Mista que investiga as relações do contraventor com políticos e empresários. Ele usou nesta quinta (12) as redes sociais para explicar o áudio gravado pela Polícia Federal que mostra suposto elo com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

"Ao contrário do que vem sendo divulgado, o meu real propósito não foi mostrar gratidão, mas pôr fim a uma conversa bem constrangedora", publicou no Twitter.

Para a senadora Ana Amélia, o novo parlamentar já chega em uma situação "desconfortável". "É uma situação desconfortável para ele [Wilder Morais]. Ele já chega sob o fogo cruzado. Não cabe a mim dizer o que ele deve fazer. Ele é o dono da situação", disse a senadora.