A cúpula do PSDB reagiu com indignação contra o que dizem ser uma manobra orquestrada pelo Palácio do Planalto para reforçar as ligações do governador de Goiás Marconi Perillo (PSDB) com o contraventor Carlinhos Cachoeira.
Em entrevista coletiva nesta terça-feira (17.7), em Brasília, os líderes tucanos afirmaram que os trabalhos da CPI Mista que investiga as ligações do bicheiro estão nitidamente direcionados para encobrir o julgamento do mensalão, previsto para começar ocorrer no início de agosto no Supremo Tribunal Federal.
O líder do partido no Senado, Álvaro Dias (PR), disse que há uma enorme distorção quando comparados os recursos federais aplicados na empresa Delta entre os Estados. Ele afirma que os estados governados por partidos da base de apoio a Dilma Rousseff receberam muito mais recursos do que aqueles governados pela oposição.
Segundo dados levantados pelo partido, as obras executadas pela empresa Delta nos estados governador pelo PSDB receberam do governo federal pouco mais de R$ 500 milhões, o que representa 6,87% do total de recursos destinados à empresa. O PR, que comandava o Ministério dos Transportes, recebeu R$ 3,365 bi (45,65%); o PMDB ficou com R$ 1,348 bi (18,12%) e o PT outros R$ 1,298 bi (17,44%).
"Entre 2003 e 2011, mais de 87% dos recursos repassados à Delta ficaram nos Estados comandados pelos partidos da base. A oposição ficou com menos de 10%. E insistem em investigar o governador Marconi Perillo. A CPI precisa investigar o Fernando Cavendish, o Luiz Antonio Pagot e o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral. Valores muito mais expressivos envolvidos não foram investigados", sustentou.
O presidente nacional do PSDB, ex-senador Sérgio Guerra, acusou setores da Polícia Federal de atuar politicamente para prejudicar a oposição. Ele disse que o partido vai não vai abandonar os trabalhos da CPI.
"Vamos engrossar nossa atuação nesta CPI. Setores da Polícia Federal estão sendo utilizados politicamente. O que existe é uma operação geral contra nós", afirmou.
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