O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), afirmou na manhã desta quarta-feira (1) que espera que o julgamento do processo do mensalão, que começa nesta quinta-feira (2), seja realizado pelos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) sem emoção. De acordo com o presidente da Casa, a sociedade espera que o STF consiga realizar um julgamento isento.

"Este é um problema da Justiça, que toda a nação está esperando é que seja um julgamento isento, um julgamento justo, um julgamento que atenda a estas expectativas nacionais, mas, ao mesmo tempo, que ele seja feito sem pressão e sem emoção", afirmou Sarney.

Os 38 réus do processo respondem aos crimes de corrupção ativa, corrupção passiva, evasão de divisão, formação de quadrilha, gestão fraudulenta, lavagem de dinheiro e peculato. A pena mínima é de um ano de prisão para formação de quadrilha e a máxima de 12 anos para peculato, gestão fraudulenta e corrupção ativa e passiva.

Embora parte dos réus seja ligada ao governo do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, Sarney disse que espera que o julgamento não sofra interferências políticas. Entre os réus, estão o ex-chefe da Casa Civil José Dirceu e o ex-ministro Luiz Gushiken.

"A Justiça é justamente feita para não ter influência política nenhuma [...] Justiça significa independência e que ela possa julgar todos nós, cidadãos, baseados nas leis e nas garantias constitucionais", disse.

Durante o período do julgamento do mensalão, que também coincide com o período das eleições municipais, o Senado pretende realizar semanas de esforço concentrados para a votação de projetos.

"Já estão definidas as semanas. Elas já foram publicadas. Vamos ter sessão deliberativa nos dias 6,7 e 8 deste mês. E a última semana de agosto também. Vamos ter sessão duas semanas todo o mês, que serão deliberativas", afirmou o presidente.