O candidato a vereador em Arapongas Oduvaldo Calixto, que não conseguiu uma vaga na Câmara Municipal, afirmou nesta quarta-feira (10) que foi baleado pelo motorista do deputado estadual Waldyr Pugliesi (PMDB). O parlamentar concorreu à prefeitura da cidade nestas eleições e ficou em segundo lugar com 13.360 votos, 21,4%. O prefeito eleito foi Padre Beffa (PHS), com 29.847 votos, 47,88% do eleitorado.

Na segunda-feira (8), de acordo com a polícia, Calixto foi até a casa do deputado e também do sobrinho dele, Beto Pugliese, que é o atual prefeito da cidade, para ameaçá-los. O delegado Pedro Lucena chegou a avaliar que Calixto "surtou" com os resultados das urnas e que o ex-candidato poderia ter atirado no próprio braço para se “fazer de vítima”.

"O Joãozinho (motorista do deputado) disparou seis tiros contra a minha pessoa", afirmou Calixto, que está internado desde o incidente. Ele fez uma cirurgia para retirar a bala do braço e ainda não há previsão de alta.

Segundo Calixto, ele teria recebido um telefonema de uma pessoa tirando sarro de seu baixo desempenho nas eleições. Ainda de acordo com ele, a ligação teria sido feita pelo motorista de Pugliesi e por isso foi tirar satisfação. Ele chutou o carro e o portão da casa do deputado. "Dei um chute no portão e no carro, mas isso não pode desencadear uma reação tão violenta de sair disparando tiros contra uma pessoa", contestou.

Já o deputado afirmou que Calixto tentou invadir a casa dele e ameaçou matar todo mundo. "Essa versão de que atiraram nele, para mim é mentirosa, os tiros vieram lá de fora, antes que qualquer pessoa dentro da minha residência pudesse ter saído", relatou.

O delegado Pedro Lucena tem 30 dias para concluir o inquérito. Ele já ouviu 14 pessoas, entre elas o motorista do deputado que, segundo a polícia, também negou o disparo.

Calixto já trabalhou para o deputado e para o sobrinho dele, Beto Pugliese, mas, depois de um rompimento viraram adversários políticos.