O presidente em exercício do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), afirmou nesta terça-feira (29) que "causa estranheza" o procurador-geral da República apresentar denúncia contra o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) uma semana antes da eleição para a presidência do Senado.
Renan é o candidato do PMDB na eleição marcada para a próxima sexta-feira (1º). Na sexta passada (25), o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, enviou ao Supremo Tribunal Federal denúncia contra o peemedebista, que é investigado em inquérito pelo suposto uso de notas fiscais frias para justificar, em 2007, que tinha renda para pagar a pensão de uma filha.
"O que me causou estranheza foi o momento. Podia ter feito isso há três anos, quatro anos e fez na véspera de uma eleição para a presidência do Senado. Com todo o respeito. Continuo respeitando o nosso procurador-geral da República", disse Raupp.
Questionado sobre o assunto mais cedo, nesta terça, Roberto Gurgel negou motivação política para a apresentação da denúncia. Ele afirmou que a denúncia é "extremamente consistente" e foi "examinada e refletida".
"A iniciativa foi extremamente ponderada. Tenho sempre muito cuidado com isso, mas não posso ficar subordinado. As pessoas estão sempre concorrendo a cargos. Não pode ficar o Ministério Público de mãos atadas, subordinado a só oferecer denúncia quando seja politicamente conveniente", disse Gurgel.
Candidatura de pé
O presidente do PMDB afirmou ainda que é "comum" ocupantes de cargos de comando no poder público serem alvos de denúncia. "Isso é muito comum. Quem foi presidente da República, governador, presidente de um Poder, como foi o Renan, ter alguma denúncia dessa natureza. Mas até o momento não tem nenhuma prova concreta", disse.
Apesar da denúncia, Raupp afirmou também que a candidatura de Renan para a presidência do Senado está mantida. "A bancada ainda não se reuniu para fazer esse lançamento [à presidência do Senado]. Vai ser na quinta-feira, possivelmente na quinta-feira à tarde. Até o momento, dentro da bancada, é o único nome."
