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Quarta-feira, 26 de junho de 2024

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Cristovam critica Sarney por se isentar de responsabilidade na crise do Senado

O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) criticou nesta quinta-feira a postura do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), de se isentar de responsabilidades na crise política que atinge a instituição. Apesar do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter saído em defesa de Sarney, Cristovam disse que o peemedebista é o principal responsável pela onda de denúncias que atinge a instituição.


"Eu creio que o presidente Sarney tem uma biografia, mas ao ocupar um cargo, ele guardou a biografia e ocupou um cargo político. Nesse ponto, o presidente Lula talvez não tenha entendido bem. A biografia do presidente Sarney estaria absolutamente segura se, no dia em que ele entregou o cargo de presidente da República ao presidente Collor, ele tivesse ido para casa e virasse estadista aposentado. Mas ele não quis isso. Ele preferiu guardar a biografia para os historiadores e ocupar um cargo político", afirmou.

Cristovam disse que o peemedebista deve ser penalizado se ficar comprovado que ele tem envolvimento no escândalo dos atos secretos editados nos últimos 14 anos na instituição --respondendo a processo no Conselho de Ética.

"Ele disse que o problema era do Senado, agora a culpa é dele principalmente porque ele é o presidente. Depois dele é da Mesa Diretora, porque estão presentes na hora em que tomaram a decisão. Depois, eu até acho sim que é de todos nós senadores, por isso que pelo menos um grupo está tentando sair disso, com propostas e exigências."

Cristovam encaminhou nesta quinta-feira ao presidente Sarney documento com oito sugestões de mudanças na instituição com o objetivo de recuperar a imagem da Casa. O pedetista encaminhou o documento em nome dos 20 senadores favoráveis às mudanças, que cobram de imediato a demissão do diretor-geral do Senado, Alexandre Gazineo --acusado de assinar parte dos atos secretos ao lado do ex-diretor-geral Agaciel Maia.

Na opinião de Cristovam, Sarney precisa "arcar com a responsabilidade" de melhorar a imagem da instituição. "Se não arcar com a responsabilidade, o Senado se acaba, se desmoraliza completamente. Quando houver um serviço externo apurando com clareza a responsabilidade, não há dúvida que a apuração e a punição virá", afirmou.

Dos 20 senadores que apóiam o documento, somente três são do PMDB, partido de Sarney: Jarbas Vasconcelos (PE), Pedro Simon (RS) e Geraldo Mesquita (AC). Os três, porém, são conhecidos como "dissidentes" do partido dentro do Senado.

Pressionado pela opinião pública, Sarney subiu na terça-feira à tribuna da Casa para falar dos escândalos que atingem a instituição desde que ele assumiu o cargo, no começo deste ano. Cobrado a responder, Sarney disse que a crise não era dele. "A crise do Senado não é minha. A crise é do Senado. É essa instituição que nós devemos preservar. Tanto quanto qualquer um aqui, ninguém tem mais interesse nisso do que eu, até porque aceitei ser presidente da Casa."

Propostas

No documento encaminhado a Sarney, o grupo de 20 senadores pedem, além de mudanças na direção da Casa, investigações conduzidas por um órgão externo do Senado sobre os atos secretos editados nos últimos 14 anos. O grupo cobra a apresentação de uma proposta de reforma administrativa no Senado, a meta de redução no quadro de pessoal da instituição e a eliminação de "vantagens acessórias" do mandato parlamentar.

Outro pedido é a realização de reunião mensal, no plenário da Casa, para a definição da pauta de votações do mês subsequente e a votação de medidas administrativas. Também caberá ao plenário, segundo o documento, referendar a indicação do diretor-geral da instituição escolhido pelo presidente do Senado.

Os senadores solicitam ainda a realização de auditoria externa para analisar todos os contratos firmados pela Casa.
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