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Sábado, 20 de julho de 2024

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Alckmin cita 'rastro de destruição' e diz que abusos serão apurados

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse nesta sexta-feira (14) que eventuais abusos cometidos pela Polícia Militar (PM) durante o protesto da noite desta quinta-feira (13), na região da Avenida Paulista, serão apurados pela Corregedoria da corporação. Ele citou ainda o "rastro de destruição" deixado pelos manifestantes no último ato contra o aumento das tarifas do transporte público na capital, que terminou em confronto e mais de 200 detidos.


"Nós não temos nenhum compromisso com o erro. A polícia tem uma Corregedoria e qualquer abuso que tenha sido cometido será apurado de forma rigorosa", disse, ao ser questionado sobre um suposto exagero na ação policial. Ao falar sobre o comportamento dos manifestantes, Alckmin ressaltou atos de vandalismo. "O que nós vimos foi um ato de violência, de vandalismo, deixando um verdadeiro rastro de destruição.”

Em entrevista ao SPTV, o governador falou sobre os deveres da PM. "A polícia tem o dever de preservar a população, o direito de ir e vir. Nós sempre estamos abertos ao diálogo, ao entendimento, mas não é possível permitir atos de vandalismo", disse.

O governador disse que o Movimento Passe Livre é um movimento político e violento. Alckmin também defendeu a atuação da corporação durante o protesto, "Nós temos manifestações frequentemente, isso é normal, não há nenhum problema em ter manifestação seja ela do que tipo for. A polícia até acompanha as manifestações para proteger inclusive os manifestantes. A polícia trabalha dia e noite para proteger a população, garantir a segurança", afirmou.

Também em entrevista nesta sexta, o secretário de Segurança Pública, Fernando Grella, defendeu a ação da PM no protesto. "A atuação da polícia foi correta e nós temos o compromisso de esclarecer todos os casos de abuso", afirmou.

O coronel da PM Reinaldo Simões Rossi, responsável pela ação e policiamento do Centro, disse que a postura da corporação foi identificar pontos sensíveis da cidade, onde havia risco ao patrimônio público. Segundo ele, os manifestantes descumpriram um acordo prévio e quiseram alterar o trajeto do protesto. "Em razão de descumprimento, em razão de um lapso temporal e de uma liderança mais enfática no grupo, parte dessas pessoas começaram a jogar objetos nos policiais", disse.

O comandante da PM, Benedito Meira, explicou que a Tropa de Choque só entrou em ação na noite desta quinta-feira porque os policiais foram agredidos. Ele disse ainda que a tropa estará presente se houver necessidade nas próximas manifestações.

'Não ficou bem para a polícia'
Mais cedo, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), também havia comentado a manifestação e disse que, pelas imagens veiculadas pela imprensa e pelos relatos que ouviu, os policiais deixaram de “observar os protocolos”.

“A polícia segue protocolos. Quando o protocolo é obedecido, as coisas caminham bem. No dia de ontem, segundo as imagens e os relatos, parece que esses protocolos não foram observados, razão pela qual a Secretaria da Segurança determinou a investigação”, afirmou Haddad em entrevista à GloboNews. “Evidentemente que estamos todos impactados com as imagens do dia de ontem”, disse também o prefeito.

Ele também disse que "não ficou bem para a polícia". "Eu penso que tem havido excessos. Na terça-feira, infelizmente tivemos 80 ônibus depredados, policiais que foram agredidos. Ontem também não ficou bem para a polícia, o secretário [Fernando] Grella abriu um inquérito para investigar os eventuais abusos. Isso não é uma questão da corporação, mas há indivíduos que precisam ser investigados em sua conduta."

Protesto
A manifestação de quinta-feira começou por volta das 17h em frente ao Theatro Municipal, no Centro de São Paulo. Enquanto lojistas fechavam as portas para evitar depredação, a Polícia Militar prendia dezenas para averiguação.

Segundo a PM, foram apreendidos coquetéis molotov, facas e maconha. De acordo com a delegada Vitória Lobo Guimarães, até o início da madrugada, 198 pessoas haviam sido detidas e encaminhadas ao 78º DP, nos Jardins. Todos foram liberados. Quatro vão responder termo circunstanciado; três deles por porte de entorpecentes e um por resistência à prisão. Outras cinco pessoas foram levadas para o 1º DP.

O ato ocupou a Rua Xavier de Toledo, o Viaduto do Chá e seguiu pela Avenida Ipiranga. Ao menos duas pessoas foram presas na esquina das avenidas Ipiranga e São Luís por causa da depredação e pichação de um ônibus. Os manifestantes, cerca de 5 mil segundo a PM, usavam máscaras e narizes de palhaço. “Não aguentamos mais sermos explorados”, dizia uma das faixas.

A Cavalaria da PM uniu-se ao Choque na Rua Maria Antônia, onde começaram os confrontos. A Universidade Mackenzie, que fica na esquina, fechou as portas.

Segundo o major da PM Lídio, o acordo era para que os manifestantes não subissem em direção à avenida Paulista, o que não foi cumprido. “Se não é para cumprir acordo, aguentem os resultados”, disse.
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