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Sábado, 20 de julho de 2024

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morre oitava vítima após início dos protestos; família doa órgãos

A família do estudante Paulo Patrick Silva de Castro, 14 anos, autorizou neste domingo a doação dos órgão do adolescente morto nesta madrugada no hospital São Paulo, em Teresina. A oitava vítima após o início da onda de protestos que tomou conta do País estava internada desde o dia 26 de junho na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) depois de ter sido atropelada durante um ato pela redução do preço da passagem de ônibus.


Segundo o hospital, o corpo do jovem foi encaminhado nesta tarde para o hospital Getúlio Vargas, também em Teresina, para a realização do procedimento de retirada dos órgãos. O enterro será realizado na segunda-feira.

​Na quinta-feira, um adolescente de 12 anos morreu após protesto em Santa Luzia, na região metropolitana de Belo Horizonte (MG). Ele foi ferido na cabeça por um policial militar e teve morte cerebral. Também em Minas Gerais, um jovem de 21 anos morreu depois de cair de um viaduto durante manifestação nas proximidades do Mineirão, em Belo Horizonte. Douglas Henrique de Oliveira, 21 anos, chegou a ser hospitalizado, mas não resistiu às múltiplas fraturas.

Outras duas vítimas morreram atropeladas por um motorista que lançou seu veículo contra uma barreira feita por manifestantes em uma estrada de Goiás. Na semana passada, dois jovens morreram atropelados nas cidades de Ribeirão Preto e Guarujá (SP). E uma gari morreu após sofrer uma parada cardíaca em Belém (PA) após ter inalado gás lacrimogêneo.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

O grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Salvador, Fortaleza, Porto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.
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