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Sábado, 20 de julho de 2024

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Ministro diz não ter dúvida de que EUA espionaram brasileiros

O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, disse nesta segunda-feira (8) não ter dúvidas de que cidadãos e instituições brasileiras foram alvo de espionagem do governo dos EUA. Ele confirmou que pediu à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e à Polícia Federal que apurem as circunstâncias em que o monitoramento aconteceu e se essa ação contou com apoio de empresas que atuam no país.


“Eu não tenho dúvida nenhuma [de que o governo dos EUA monitorou brasileiros]. Até o Parlamento Europeu foi monitorado, você acha que nós não fomos? Agora, as circunstâncias em que isso se deu, a forma exata e a data, isso temos que verificar”, disse Bernardo ao deixar a sede do Ministério das Comunicações no início da tarde desta segunda.

Reportagem do jornal “O Globo” publicada no domingo (7) afirma que, na última década, pessoas residentes ou em trânsito no Brasil, assim como empresas instaladas no país, se tornaram alvos de espionagem da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (National Security Agency - NSA, na sigla em inglês). Segundo a reportagem, não há números precisos, mas em janeiro passado o Brasil ficou pouco atrás dos Estados Unidos, que teve 2,3 bilhões de telefonemas e mensagens espionados.

As informações constam de documentos, aos quais o jornal teve acesso, e que foram coletadas por Edward Joseph Snowden, técnico em redes de computação americano que nos últimos quatro anos trabalhou em programas da NSA e, no mês passado, decidiu delatar as operações de vigilância de comunicações realizadas pela NSA dentro e fora dos Estados Unidos. Snowden se tornou responsável por um dos maiores vazamentos de segredos da História americana, que abalou a credibilidade do governo Barack Obama.

Participação de empresas
Paulo Bernardo disse que considera improvável que empresas de telecomunicação que operem no Brasil tenham colaborado com o esquema de espionagem dos EUA, fornecendo dados sobre telefonemas ou conteúdo de emails de seus clientes. Segundo o ministro, há chances maiores de que o monitoramento tenha ocorrido via cabos submarinos.

O Brasil aluga cabos submarinos de empresas norte-americanas. Isso significa que o tráfego de internet dos usuários brasileiros passa pelos EUA, o que facilitaria uma ação de espionagem digital.

“O mais provável é que seja monitoramento de cabo submarino, algo que se faça lá de fora. Convênio para uma empresa entregar dados eu acho muito mais complicado porque isso é crime”, disse o ministro. Mesmo assim, confirmou que pediu à Anatel e ao Ministério da Justiça que investiguem as empresas.

Governo americano não fala
Questionado sobre as denúncias de que está espionando e-mails e chamadas telefônicas de brasileiros, o governo norte-americano afirmou que não discutirá essas questões publicamente, mas intramuros diretamente com a estrutura diplomática do país, segundo reportagem publicada neste domingo (7) pelo "Fantástico".

Por meio da Direção Nacional de Inteligência, agência ligada diretamente ao presidente Barack Obama, a Casa Branca afirmou que “os Estados Unidos vão responder a seus parceiros e aliados através de canais diplomáticos”.

De acordo com o "Fantástico", o governo americano diz na mensagem que sua política é coletar no exterior o mesmo tipo de informações de inteligência que, segundo afirmam, são captadas por todas as nações.

A justificativa é parecida com a que o presidente Barack Obama deu na semana passada quando foi questionado sobre revelações de que os Estados Unidos espionam ligações telefônicas e comunicações eletrônicas na Europa.
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