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Sábado, 20 de julho de 2024

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Defesa de deputado diz que 'postura' de Barbosa constrange advogados

O advogado Alberto Toron, que representa o deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP) no processo do mensalão, afirmou nesta quinta-feira (22) que a “postura” do presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, tem gerado “constrangimento” a advogados e ministros. Cunha foi condenado a 9 anos e 4 meses de prisão por corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro, e Toron apresentou recurso contra a condenação.


“É preciso entender, quando nós falamos que os ânimos estão acirrados, que a postura do presidente é que tem contribuído. É lamentável dizer – sou advogado há 33 anos –, mas é preciso que se diga que a postura do presidente é que na verdade tem criado uma situação constrangedora para os demais ministros e para nós, advogados”, disse Toron ao chegar ao Supremo para o quarto dia de julgamento dos recursos dos condenados no processo do mensalão.

Na semana passada, Barbosa acusou o vice-presidente do STF, Ricardo Lewandowski, de fazer “chicana”, uma manobra para postergar o julgamento. Na sessão seguinte, Joaquim Barbosa não pediu desculpas, mas afirmou que respeita a Corte. Ele disse que suas atitudes são pautadas com base no "respeito à sociedade" e que não teve intenção de "cercear os direitos dos colegas". Lewandowski classificou como "lamentável" a discussão com Barbosa e agradeceu manifestações de apoio recebidas.

Para o advogado de João Paulo Cunha, o presidente do Supremo deveria ter pedido “desculpas” a Lewandowski.
“Eu nunca ouvi nesta Corte um ministro chamar o outro de chicaneiro. E o pior, depois da sessão de ontem, o ministro não teve a dignidade de se desculpar, dizer que foi uma palavra mal colocada. É lamentável e desse episódio todo o que fica claro é a postura cavalheiresca, digna, do ministro Lewandowski,” criticou Toron.

Ao chegar ao Supremo nesta quinta, o ministro Gilmar Mendes também comentou a discussão ocorrida em plenário. Para Mendes, o STF não pode “cultivar conflitos”.

“O importante é que encontramos uma solução e não podemos ficar cultivando conflitos, cultivando escaramuças, cultivando impasses. Precisamos cumprir a missão constitucional que cabe a esta Corte”, disse.
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