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Sexta-feira, 19 de julho de 2024

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Vereador diz que houve conivência de gestores da saúde em CPI em MS

Os depoimentos dos ex-secretários de Saúde de Campo Grande, Luiz Henrique Mandetta e Leandro Mazina, à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Saúde duraram cerca de quatro horas, nesta sexta-feira (4), na Câmara Municipal. Durante as oitivas, o vereador Marcos Alex (PT) afirmou que "tudo leva a crer que houve conivência dos gestores para privatização do sistema de oncologia em Campo Grande".


"Cedência de profissionais com ônus, serviços cobrados acima da tabela SUS [Sistema Único de Saúde], auditorias feitas por comissionados, autorizações de procedimentos feitas manualmente, nada disso foi contestado pelos gestores na época", alegou o parlamentar que é um dos membros da comissão.

“Não faça conclusões pessoais colocando o meu nome”, respondeu Mandetta ao petista durante o depoimento. "Estive nesta Casa de Leis inúmeras vezes, prestei contas e o senhor já era vereador nesta época", completou.

Os vereadores questionaram os ex-secretários em relação às denúncias contra o Hospital do Câncer reveladas pela Operação Sangue Frio.

Em seu depoimento, Mandetta afirmou que não tinha conhecimento sobre os serviços cobrados com acréscimos de até 70% em cima dos valores da tabela do SUS pelo Hospital do Câncer. "Isso não era da competência da gestão municipal, era da competência do hospital", garantiu.

Mazina disse que não tinha conhecimento de todas as denúncias contra o Hospital do Câncer. O ex-gestor exerceu o cargo de abril de 2010 a dezembro de 2012.

Outra questão levantada por Marcos Alex foi em relação ao enriquecimento do médico Adalberto Siufi. "Ele recebia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul [UFMS], da prefeitura de Campo Grande, do Hospital do Câncer e ainda pela empresa, a Neorad, da qual ele era sócio, que prestava serviços para a instituição da qual ele era diretor", afirmou.

"Outros funcionários da prefeitura foram cedidos com ônus para poderem exercer outras funções. Adalberto Siufi tinha um vínculo federal como concursado, um vínculo municipal como concursado, se não havia irregularidades, se não havia problemas de carga horária, não tinha porque ser contestado", explicou Mandetta.

Na próxima segunda-feira (7), os vereadores que compõe a CPI devem ouvir a ex-secretária de Saúde do estado e do município, Beatriz Dobashi.
CPI
Criada em 7 de maio, a comissão foi instaurada para apurar possíveis irregularidades na aplicação de recursos públicos no Hospital do Câncer e no Hospital Universitário em Campo Grande. O prazo inicial para conclusão dos trabalhos era de 120 dias, mas, no dia 13 de agosto, foi prorrogado por mais 90 dias.

No período, os parlamentares colheram diversos depoimentos como os de familiares de pacientes que morreram durante tratamento de câncer; do ex-diretor do HC, Adalberto Siufi, e o ex-diretor do HU, José Carlos Dorsa.

As irregularidades nos hospitais vieram à tona durante as investigações da Polícia Federal, do Ministério Público e da Controladoria-Geral da União (CGU), na operação Sangue Frio. Em 2009, uma auditoria do Ministério da Saúde encontrou outras situações ilegais na instituição, como o pagamento para tratar pacientes que já haviam morrido. A suspeita é que o HC tenha monopolizado o tratamento da doença em Campo Grande para beneficiar pessoas e empresas com o desvio de dinheiro público.
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