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Sexta-feira, 19 de julho de 2024

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Nos EUA, Aécio diz que Marina Silva no PSB reforça oposição

O senador mineiro Aécio Neves, presidente nacional do PSDB e provável candidato do partido à Presidência da República, deu boas-vindas à filiação de Marina Silva ao PSB, afirmando que o fato de ela envolver ex-integrantes do governo do PT mostra a “fragilização” do seu modelo e reforça a oposição. Aécio criticou também a política econômica do governo Dilma Rousseff durante boa parte da entrevista coletiva concedida no lobby do hotel Waldorf Astoria, em Nova York, antes de discursar para cerca de 100 empresários num seminário promovido pelo banco de investimentos BTG Pactual.


Respondendo à declaração de Dilma de que não há risco jurídico no Brasil, feita a investidores há 15 dias, também em Nova York, o senador disse que ela “não encontra ressonância com a realidade do Brasil de hoje”. A filiação de Marina ao PSB é inicialmente surpreendente, mas pode ser um prenúncio do fim do ciclo do PT no poder, considera Aécio: “Eu acho que é a demonstração clara da fragilização desse modelo que está aí.”

Ele disse que tudo que precisava ser feito para estabelecer um diálogo com Marina foi feito, mas a possibilidade não surgiu porque ela mesma decidiu de se unir ao PSB. “Dou boas-vindas a Eduardo (Campos, governador de Pernambuco) e Marina, agora no front oposicionista, e acho que a campanha deixará de ter aquele maniqueísmo que sempre atendeu muito aos interesses do PT", afirmou.

Aécio reiterou que está viajando como presidente nacional do PSDB e não como candidato, algo que deve ser decidido em março do ano que vem, bem como o vice da chapa, uma decisão esperada por ele para abril. O desejo de José Serra de se candidatar novamente tem causado certa discórdia no PSDB. O senador admitiu que o grande desafio do partido agora é reconectar-se com setores da sociedade civil brasileira que já estiveram próximos dele mas se distanciaram.

O PSDB precisaria então se tornar intérprete do que classificou como “descrença, desânimo e desilusão” da população com o PT. Para o senador, as alianças partidárias, vitais para consolidar espaço na propaganda eleitoral gratuita e compor os palanques nos Estados, “virão com alguma naturalidade a partir da capacidade que nos tivermos de sermos intérpretes desse sentimento da sociedade”.

Aécio disse que o Brasil perdeu a oportunidade de fazer reformas surgida após a crise de 2008, com alta popularidade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, maioria no Congresso e fluxo favorável de investimentos ao Brasil. Para ele, o País se tornou uma nação pouco confiável, em que os pilares da macroeconomia foram colocados em risco por uma política econômica que favoreceu o crescimento pelo consumo e uma ação “extremamente intervencionista” em setores como energia e petróleo.

Os empresários com quem conversou nos últimos dias relataram pouca confiança no Brasil e nas atitudes do governo. “As coisas vão mal mas podem ser corrigidas, porque as instituições no Brasil são sólidas”, disse Aécio.

“O governo atual se preocupa em enfrentar o setor privado, passou dez anos demonizando as parcerias público-privadas, as concessões e as privatizações quase como se fosse um crime de lesa pátria, e agora quase que desesperadamente, no último ano de governo, quer segurar-se apenas com as concessões como única alavanca, único instrumento, para que o crescimento não seja ainda menor do que já vai ser", afirmou.

A receita para solucionar a estagnação seria reformista, com mudanças nas áreas tributária, previdenciária e do Estado, disse ele, acrescentando que seu partido não fará “maquiagem de números,” em referência às manobras contábeis do governo para atingir a meta de superávit fiscal.
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