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Sexta-feira, 19 de julho de 2024

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Serra descarta 'aposentadoria' e se põe à disposição do PSDB para 2014

O ex-governador de São Paulo José Serra afirmou nesta quinta-feira (17) que não pretende se aposentar da atividade política e que seu nome está à disposição do PSDB para uma eventual candidatura nas eleições presidenciais de 2014.


Após participar de evento sobre a Constituição em Brasília, ele também criticou a antecipação de nomes para a disputa, o que, segundo ele, atrapalha o debate eleitoral.

"Eu não me aposentei da política, muito pelo contrário. Aliás sou contra a aposentadorias prematuras, precoces", afirmou. "Estarei disponível para o partido para o que der e vier", disse, sobre as eleições de 2014. Ele disse que, "como foi anunciado pelo próprio Aécio Neves", o nome do partido para concorrer em 2014 será decido a partir de março.

Dentro do PSDB, o nome mais falado para pleitear a Presidência é o do senador Aécio Neves (MG), que tem protagonizados as propagandas eleitorais do partido. Em agosto, Serra chegou a propor prévias para escolher o candidato tucano, mas a ideia não foi levada adiante pelo partido até o momento.

O ex-governador lembrou que em outubro de 1993, um ano antes da eleição o PSDB estava empenhado em convencer Antonio Brito, ministro da previdência na época, a ser candidato à Presidência, mas que o partido acabou apoiando Fernando Henrique Cardoso, que venceu.

"Ou seja, as coisas modificam muito. Ainda haverá bastante mudanças pela frente. Qual é eu não sei".

Serra também criticou a antecipação dos nomes na disputa de 2014, inclusive pelo PSDB. "Acho que o PSDB exagerou na antecipação da mesma forma que o PT e todos os outros [...] Na verdade quem inaugurou isso no Brasil foi o Lula: a campanha precoce".

"Veja o governo Dilma. Quatro anos, dois anos perplexa com a herança que recebeu de Lula, muito difícil. Dois anos fazendo campanha. Cadê governo?", disse. "Não tem governo". "Isso quem paga o preço é o país."

O tucano disse que a situação da presidente Dilma Rousseff para a eleição do ano que vem não é confortável. "O índice de aprovação do governo de Dilma é baixo para quem está no comando do processo". De acordo com Serra, nas pesquisas há quase um empate entre provar e desaprovar a presidente. "Essa posição é mais desconfortável do que na primeira eleição", afirmou.

Neste ano, o paulista chegou a ser sondado para ingressar no PPS para se candidatar à Presidência no ano que vem, mas no início deste mês anunciou que ficaria no PSDB para "derrotar o PT". A decisão, informada pelo Facebook, ocorreu dias antes do fim do prazo para migrações partidárias, em 5 de outubro.

Na mensagem a seus seguidores na rede social, Serra disse que o PSDB era a "trincheira adequada para lutar" contra o PT e que se empenharia "para agregar outras forças que pretendem dar um novo rumo ao país".

Na época, Aécio comemorou a decisão de Serra e disse, em conversa que "não se cogitou" a realização da disputa interna para a permanência. Questionado sobre qual será o papel de Serra na campanha eleitoral do ano que vem, Aécio respondeu na ocasião: "O que ele quiser desempenhar", sem dar detalhes sobre que cargo ele poderá disputar.

'Direita atrasada'
Antes de falar com os jornalistas, numa palestra no Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP) sobre os 25 anos da Constituição, Serra afirmou que "a direita no Brasil não é conservadora, é atrasada". Ele explicou que que conservadorismo e atraso são bem diferentes.

"Não é uma direita austera [...] O Brasil nunca teve uma madame Tatcher, um John Reagan, que supostamente eram austeros, no que se refere a déficits", disse.

Ao falar sobre a Constituição, o tucano observou ainda, durante a palestra,que muitas pessoas tentam entender o texto constitucional a partir de dinâmicas de conflitos entre esquerda e direita. "Isso é falso", assinalou.

Para ele, "a constituinte brasileira foi a bandeira de luta contra a ditadura". "A principal virtude é a sua vocação garantidora de direitos. É uma constituição elaborada após ser encerrado o ciclo do regime militar no Brasil em 1985."

O ex-governador de São Paulo falou também sobre a concepção do Sistema Unificado de Saúde (SUS), do fundo de amparo ao trabalhador, da fixação do salário mínimo e do fortalecimento do Ministério Público, como virtudes da elaboração da constituinte.

Como ponto negativo, o tucano apontou as concessões de natureza corporativa, quando políticos atuam por interesses pessoais e não da sociedade.
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