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Sexta-feira, 19 de julho de 2024

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Plano para Marina prevê o dobro de vagas para barcos, além de mais restaurantes e lojas

Às vésperas de um mundial de vela, o primeiro evento-teste, a ser realizado de 2 a 9 de agosto, para os Jogos Olímpicos de 2016, os órgãos de preservação começam a analisar no fim do mês uma nova proposta para revitalizar a Marina da Glória, base da competição da modalidade daqui a dois anos. A proposta do grupo BR Marinas, que na semana passada assumiu oficialmente a administração do local, com a saída do grupo EBX, do empresário Eike Batista, prevê a integração da área ao Parque do Flamengo. Com a mudança, o lugar deixará de ser um espaço segregado. Assim, o frequentador do parque poderá circular mais perto das embarcações. O plano também prevê a ampliação da oferta de vagas para barcos e a expansão dos serviços náuticos, com a recuperação das instalações existentes, sem a construção de novos prédios.


O BR Marinas é o terceiro grupo a administrar a área em 17 anos. Trata-se da quinta proposta para revitalizar o espaço desde que a prefeitura transferiu a gestão da área à iniciativa privada. Os quatro projetos anteriores ficaram no papel, suspensos pela Justiça ou condenados pelo Iphan, porque ampliavam a área construída, esbarrando nas regras de tombamento do parque.

Segundo a presidente do BR Marinas, Gabriela Lobato, a proposta agora é completamente diferente. Ela disse que o plano foi desenvolvido com base em recomendações de um relatório elaborado por uma comissão especial, coordenada pelo Instituto Rio Patrimônio da Humanidade, da prefeitura, para discutir o aproveitamento do espaço.

ESPAÇO PARA MAIS TRÊS RESTAURANTES

A comissão, que concluiu os trabalhos há seis meses, contou com representantes da prefeitura, do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) e do Iphan. O relatório, aprovado após cinco reuniões realizadas no Rio e em Brasília, recomendou que qualquer intervenção no espaço mantenha a visão que se tem hoje da Marina, do Parque do Flamengo, do Monumento aos Pracinhas, do Museu de Arte Moderna, do Pão de Açúcar e da Baía de Guanabara.

O trabalho sugeriu ainda a manutenção do edifício principal, onde funcionam empresas ligadas ao turismo náutico e um restaurante. A proposta é reformar os espaços internos, para aumentar as áreas disponíveis para locação. Com as mudanças, seria possível, por exemplo, manter quatro restaurantes em funcionamento, em lugar de apenas um. Hoje, existem 30 espaços para locação, dos quais 10% estão disponíveis. Com as obras, devem chegar a 40.

— O conceito que queremos oferecer é o de uma marina pública e integrada à cidade. Queremos que a Marina da Glória amplie sua vocação para o turismo náutico e os serviços ligados à navegação — disse Gabriela.

No dia 31, o plano será analisado pelo Conselho Municipal de Proteção do Patrimônio Cultural do Rio. Em data ainda a ser marcada, também será examinado pelo Iphan, em Brasília. A expectativa do grupo é que, se não houver necessidade de alterações, as obras comecem em setembro. E a previsão é que durem pelo menos 14 meses. O investimento total chega a R$ 72 milhões. Desse montante, R$ 5,5 milhões já foram gastos nos últimos meses, no período em que a empresa operava o espaço como parceira do Grupo EBX.

O BR Marinas também propõe ampliar a lotação máxima para 700 embarcações, o dobro do limite atual. Isso seria feito com a implantação de 230 novos deques e a reforma da garagem de vagas secas, para ter sua capacidade ampliada de 120 para 240 vagas. No caso das vagas secas, a proposta é bem diferente da última versão apresentada pelo Grupo EBX, que criou conflitos com os donos de embarcações: estava previsto o fim do espaço, com ampliação apenas das áreas de atracação.

Recomendações do estudo que não dependem de licenças já estão sendo colocadas em prática, como a reforma dos ancoradouros e da rampa de entrada e saída das embarcações. Estão sendo retiradas ainda as 170 estacas instaladas há oito anos, que faziam parte de um projeto para construir uma garagem de barcos para os Jogos Pan-Americanos de 2007. Na época, as obras foram embargadas, por interferir na paisagem. Uma área do “Bosque dos piqueniques”, que no passado serviu de estacionamento para a Marina, já foi devolvida à prefeitura, para ser reincorporada ao parque. Com isso, a oferta de vagas caiu de dois mil para 480. Em eventos que exijam mais vagas, no entanto, há convênios com estacionamentos próximos.

GRUPO ATUA ATÉ NOS ESTADOS UNIDOS

Fundada em 1999 pelo empresário Antônio Carlos Lobato, o grupo BR Marinas é considerado hoje líder do setor. A empresa foi a primeira a operar um sistema integrado de marinas e hoje administra mais de cinco mil vagas para barcos, principalmente no Rio de Janeiro. Em 2012, o grupo passou a atuar também nos Estados Unidos. Em associação com empresários da Flórida, administra a Palm Bay Club & Marina, com 51 embarcadouros, em North Miami.

A empresa, que hoje é dirigida por Gabriela Lobato, filha do fundador, começou as atividades na Costa Verde e conta com três marinas em operação em Angra (Velrome, Piratas e Bracuhy). Uma quarta, com capacidade para alojar até 142 embarcações, está em fase final de construção em Angra e deve ser inaugurada em setembro deste ano. Das quatro, a mais antiga é a Marina Piratas, que dispõe de 530 vagas para barco (secas e molhadas), lojas destinadas à prática de atividades náuticas e até um heliponto. O grupo também tem projetos em andamento para marinas em Itacuruçá. Paraty e Búzios.

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