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Quinta-feira, 18 de julho de 2024

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Ida de Vaccari à CPI da Petrobras é inevitável, diz relator

O relator da CPI da Petrobras, Luiz Sérgio (PT-RJ), afirmou nesta segunda-feira (23) ao G1 que a convocação do tesoureiro do PT, João Vaccari Netto, para prestar depoimento na comissão é “inevitável”.


“O Vaccari inevitavelmente irá à CPI. Os próprios deputados do PT na comissão, inclusive eu, como relator, vou defender o comparecimento dele na CPI”, disse Sérgio.

Vaccari se tornou réu nesta segunda após a Justiça Federal aceitar denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra ele e outras 26 pessoas pela acusação de corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
Diversos requerimentos pedindo a convocação de Vaccari já foram apresentados e deverão ser apreciados na próxima sessão da comissão, que acontece nesta terça-feira (24). Caso seja aprovada a convocação do tesoureiro, a presença dele será obrigatória. Diferentemente das convocações, os convites tornam a ida voluntária.

Segundo o relator da CPI, Vaccari terá que, “invariavelmente” comparecer à comissão para esclarecer as denúncias de que recebia dinheiro do esquema de corrupção para abastecer o caixa do PT.

Luiz Sérgio explicou, porém, que pretende agendar o depoimento dele só depois que forem ouvidos os empresários e operadores acusados de participar dos pagamentos de propina na Petrobras.

“Do ponto de vista processual, as coisas têm que ter uma lógica. Nós ouvimos a Petrobras - o Renato Duque, o Pedro Barusco e o Sérgio Gabrielli. Eles afirmaram que havia um processo de corrupção que envolvia empresários e dirigentes da empresa. O meu raciocínio é que, se a gente vai de diretor da Petrobras direto para tesoureiro do partido, estaremos pulando etapas”, afirmou.

Para o relator da comissão, os empresários e o doleiro Alberto Youssef poderão dar detalhes que subsidiarão os depoimentos de Vaccari e tesoureiros de outros partidos acusados de receber dinheiro do esquema, como o PP e o PMDB. Todos os partidos alegam ter recebido somente doações legais.

“Temos que ouvir todos os tesoureiros que receberam doações dessas empresas. Não podemos, se um partido A recebeu dinheiro, esse partido ser classificado de corrupto e, se um partido B recebeu, ser entendido como presente de Papai Noel”, afirmou.

Ele fez ainda um alerta para a necessidade de não deixar que o jogo político contamine o andamento da comissão. “O percentual de disputa política não pode se sobrepor ao trabalho da CPI, que é investigar. É preciso seguir uma lógica processual”, disse.

Para o líder do PPS na Câmara, deputado Rubens Bueno (PR), o depoimento de Vaccari prometer ser muito revelador. “Eu acho que ele pode e deve ajudar muito a comissão. Se antes, quando só havia indícios contra ele, o seu depoimento era importante, agora que foi denunciado e passou a ser réu, a importância da convocação dele aumenta muito”, avaliou Bueno.
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