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Quinta-feira, 18 de julho de 2024

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Após almoçar com Lula, Renan cobra programa de governo de Dilma

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), recebeu nesta quinta-feira (14) o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva para um almoço em sua residência oficial, no Lago Sul, em Brasília. Ao final do encontro, o peemedebista disse que possui "diferenças institucionais" com a presidente Dilma Rousseff e cobrou que ela apresente "rapidamente" ao país um programa de governo e um plano de desenvolvimento para que a aliança entre PT e PMDB não seja apenas "uma mera ocupação de cargos".

O líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS), e o senador Edison Lobão (PMDB-MA), ex-ministro de Minas e Energia, também participaram do almoço. Segundo Delcídio, o almoço foi convocado a seu pedido para tratar do projeto de lei que regulamenta a terceirização no Brasil.

A reunião entre Renan e Lula ocorreu em um momento de dificuldades na relação entre o presidente do Senado e a chefe do Executivo. Recentemente, por mais de uma vez, o senador fez críticas diretas ao governo e à presidente.

"Eu não tenho diferenças com a presidente [Dilma Rousseff]. Eu tenho uma boa relação, viajamos juntos agora para Santa Catarina. O que nós temos são diferenças institucionais", disse o presidente do Senado a repórteres em sua residência oficial.

"Eu acho que ela precisa rapidamente apresentar ao Brasil um plano de desenvolvimento, um programa de governo. A aliança com o PMDB tem que ser em cima disso porque senão sobra aquela coisa da mera ocupação de cargos. O PMDB está sendo atraído para isso e o PMDB não pode concordar com isso. O PMDB tem que dar uma linha programática para a coalizão", complementou.

Conforme o G1 apurou, Lula pediu a Renan que ele ajude a fazer avançar no Congresso Nacional pautas positivas para tirar o foco das medidas de ajuste fiscal enviadas pelo Palácio do Planalto ao parlamento. Na opinião do ex-presidente, é preciso que o governo dê respostas à população e apresente propostas concretas de desenvolvimento.

Lula ainda teria dito a Renan que ele tem cobrado do governo federal respostas para os programas de desenvolvimento, como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Outras críticas
Na véspera do feriado de 1º de Maio, Renan disse que Dilma não fez o tradicional pronunciamento do Dia do Trabalho em cadeia nacional de rádio e TV porque não teria o que dizer. Na ocasião, ele classificou de "uma coisa ridícula" a decisão de petista.

Sobre as propostas de ajuste fiscal do governo, afirmou que prejudicam os trabalhadores. Além disso, cobrou publicamente da presidente uma posição "clara" sobre o projeto de terceirização nas empresas que tramita no Congresso.

Em março, Renan Calheiros anunciou em plenário a devolução ao governo federal da medida provisória 669/2015 que trata da desoneração da folha de pagamento das empresas. Na ocasião, ele chegou a pedir que o Congresso Nacional fosse ouvido sobre medidas que elevam impostos.

Nesta quarta (13), durante entrevista no Salão Azul do Senado, Renan brincou e disse que ora é apresentado como adversário do Palácio do Planalto e da presidente Dilma Rousseff, ora como aliado. Apontado como um adversário da indicação por Dilma do jurista Luiz Fachin para o Supremo Tribunal Federal, ele disse que, nesse caso, adotou uma posição de "neutralidade". "Vocês [jornalistas] sabem: as pessoas ora me colocam como aliado, ora como adversário. E ora querem me responsabilizar pela aprovação [de Fachin] e ora querem me responsabilizar pela derrota", afirmou.

Um dos motivos da contrariedade de Renan Calheiros em relação ao Palácio do Planalto teria sido a indicação do ex-presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), para o comando do Ministério do Turismo. Alves assumiu o comando da pasta no lugar de Vinicius Lages, que havia sido indicado para o cargo pelo presidente do Senado.
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