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Quinta-feira, 18 de julho de 2024

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CPI da Petrobras convoca presidente do Instituto Lula para explicar doação

Em uma sessão tensa, a CPI da Petrobras aprovou nesta quinta-feira (11) requerimento para convocar o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, para prestar esclarecimentos sobre doações de R$ 3 milhões feitas, entre 2011 e 2013, pela construtora Camargo Corrêa à entidade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A empreiteira é uma das empresas suspeitas de integrar o esquema de corrupção que atuava na Petrobras.


Além dos R$ 3 milhões, os parlamentares querem que Okamoto explique o repasse de R$ 1,5 milhão da Camargo Corrêa para a empresa de palestras criada por Lula, a L.I.L.S. Palestras Eventos e Publicidade.

Segundo laudo da Polícia Federal, o Instituto Lula recebeu três doações da empresa de R$ 1 milhão cada uma, em 2011, 2012 e 2013. Os pagamentos à firma de palestras de Lula foram no mesmo período: R$ 337,6 mil em 2011, R$ 815 mil em 2012, R$ 375,4 mil em 2013.

A fim de barrar a análise do requerimento, deputados petistas lançaram mão de uma série de recursos previstos no regimento para tentar arrastar a sessão até o início das votações no plenário principal da Casa. Pelas regras, as comissões não podem deliberar enquanto houver votação no plenário.

A estratégia do PT, porém, foi bem-sucedida até certo momento. A votação de matérias no plenário chegou a ter início, impedindo a aprovação de qualquer requerimento na comissão, mas a sessão foi suspensa por vários minutos – justamente quando a CPI aproveitou para votar os requerimentos.

O deputado Afonso Florence (PT-BA) reclamou de haver uma tentativa de partidarizar os trabalhos do colegiado.

No total, foram aprovados, de uma só vez, 140 requerimentos, incluindo a convocação de parentes do doleiro Alberto Youssef, incluindo filhas, irmã e esposa, a viúva do ex-deputado José Janene, Stael Fernanda Janene, além da mulher do ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costae de José de Filippi Júnior, que foi tesoureiro da campanha da presidente Dilma Rousseff em 2010. Deverá ser chamado ainda para depor como testemunha Jorge Hage, ex-ministro-chefe da Controladoria-Geral da União (CGU).

A comissão aprovou ainda a realização de acareações entre o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, o ex-diretor da Petrobras Renato Duque, o ex-gerente Pedro Barusco e Youssef, que ainda serão marcadas.

Os deputados aprovaram a transferência dos sigilos bancário, telefônico e fiscal de diversos suspeitos de envolvimento, incluindo o ex-ministro José Dirceu e a sua empresa de consultoria JD, Vaccari, Youssef e o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró.

Blindagem
O deputado Ivan Valente queixou-se mais uma vez da ausência na pauta de requerimentos para convocar Júlio Camargo, executivo da Toyo Setal e um dos delatores da Lava Jato. Segundo depoimento do doleiro Alberto Youssef, Camargo poderia confirmar o envolvimento do presidente da Câmara,Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do ex-ministro José Dirceu no esquema de corrupção da estatal.

Valente também queria que fosse examinado requerimento para ouvir o ex-policial Jayme de Oliveira, vulgo Jayme Careca, que, em depoimento disse ter entregado valores para Fernando Soares, o Fernando Baiano, apontado como lobista do PMDB na Petrobras. “Vou entender como uma blindagem eterna feita pela CPI. Não podemos aceitar que pessoas que estão no foco da investigação não virem depor”, protestou Valente.

Aliado próximo de Cunha, o presidente da comissão negou que haja qualquer tipo de blindagem. “Não vou admitir que eu seja maL julgado por defender uma pauta que a CPI tem que cumprir”, disse.
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