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Quarta-feira, 17 de julho de 2024

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Deputados discutem após pedido para Cunha depor novamente à CPI

Em meio às denúncias de que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), teria contas secretas na Suíça, integrantes da CPI da Petrobras bateram boca, na tarde desta quarta-feira (14), diante das cobranças do deputado Ivan Valente (PSOL-SP) para que o peemedebista volte a depor na comissão. Colega de partido de Cunha, o deputado Carlos Marun (PMDB-MS) saiu em defesa do presidente da Câmara ao afirmar que ele "não é protagonista" no esquema de corrupção que atuava na Petrobras.


Documentos já enviados ao Brasil pelo Ministério Público da Suíça informam que Cunha tem 2,4 milhões de francos suíços (cerca de US$ 2,4 milhões ou R$ 9,3 milhões) no banco Julius Baer – e de que ele foi comunicado pelo autoridades suíças sobre o bloqueio de suas contas. Em depoimento à CPI, em março, o presidente da Câmara negou ter contas no exterior.

A discussão ocorreu momentos antes do início do depoimento do presidente da estatal, Aldemir Bendine, ao colegiado. Antes de Bendine iniciar sua fala, Ivan Valente disse que a CPI quer "fechar as portas" a Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e defendeu que ele seja novamente ouvido pela comissão em função das denúncias recentes.

Valente ainda veiculou no plenário da CPI uma gravação de Cunha na qual o peemedebista disse à CPI que prestará novos depoimentos "quantas vezes for necessário [...] sem qualquer tipo de impedimento."

"O deputado Eduardo Cunha mentiu a esta CPI e mentir aqui é crime", disse Valente aos integrantes. O PSOL protocolou, no Conselho de Ética da Câmara, pedido de cassação de mandato de Cunha em razão das denúncias contra ele de que teria contas secretas na Suíça.

Após a fala de Valente, o relator da CPI, deputado Luiz Sérgio (PT), disse que ouvir Bendine seria "mais importante" que a discussão em torno de Eduardo Cunha proposta pelo deputado do PSOL.

"Ivan [Valente], o seu partido entrou com representação no local adequado para se debater esta questão de quebra ou não de decoro parlamentar. Por isso, enquanto relator, defendi que nós não tivéssemos que ouvir nenhum dos parlamentares citados porque a Casa tem um local adequado para se debater este tema que é a Comissão de Ética", disse.

Em meio à discussão, o deputado Carlos Marun (PMDB) pediu a palavra para defender Cunha. Para ele, o presidente da Câmara é "transformado no alvo principal das investigações e das acusações" enquanto "ele não é protagonista" no esquema de corrupção por não ter presidido a Petrobras ou o conselho de administração da estatal.

"Vazamentos seletivos querem levar o presidente desta Casa [Eduardo Cunha] a uma execração pública e ele não merece isso. [...] Se tem vazamento para um, tem que ter para outros. Aí não é vazamento, é divulgação e nós sabemos que tem muita gente sendo deixada para depois", afirmou Marun.

O clima no plenário esquentou quando o deputado João Gualberto (PSDB-BA) acusou Ivan Valente de ser do PSOL, "um partido auxiliar do PT" e que "pega no pé do Cunha", o que levou Valente a mandá-lo "calar a boca".

Na sequência, o presidente da CPI daPetrobras, Hugo Motta (PMDB-PB), interveio e pediu a Ivan Valente que ouvisse os demais parlamentares e não os interrompesse.

Apresentação do relatório
Como a CPI tem prazo para ser encerrada no próximo dia 23, o relator, deputado Luiz Sérgio, comunicou aos integrantes da comissão que pretende apresentar seu relatório na próxima segunda-feira (19), para que ele seja votado a tempo.
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