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Quarta-feira, 17 de julho de 2024

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Correntes do PT defendem posição contra Cunha

A pressão dentro do PT para que o partido assuma uma posição contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), aumentou. As correntes da legenda, com exceção das majoritárias CNB e Novo Rumo, enviaram nesta quinta-feira ao presidente Rui Falcão e aos membros da Executiva uma carta com pedido para que a sigla apresente a sua representação no Conselho de Ética da Câmara. Mais cedo, o ex-governador do Rio Grande do Sul Tarso Genro disse que, se o PT fizer um acordo para evitar a cassação de Cunha em troca do arquivamento dos pedidos de impeachment da presidente Dilma Rousseff, estará “entregando a sua alma ao diabo”.


“Defendemos que o PT assuma imediatamente a posição de representar junto ao Conselho de Ética contra o deputado federal Eduardo Cunha, solicitando abertura de investigação e processo em razão das graves denúncias de atividades ilícitas e quebra de decoro que são puníveis com a cassação do mandato parlamentar”, afirma a nota assinada pelas correntes Articulação de Esquerda, Avante, Brasil Socialista, Esquerda Popular Socialista, Mensagem ao Partido, Militância Socialista, O Trabalho e Socialismo 21.

As correntes majoritárias CNB e Novo Rumo, que possuem 53,6% dos postos no Diretório Nacional e da qual fazem parte Rui Falcão e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, não assinam o documento.

Até o momento, 34 dos 64 deputados do PT assinaram a representação do PSOL e da Rede contra o presidente da Câmara no Conselho de Ética da Casa por quebra de decoro parlamentar. A carta pede que o PT faça a sua própria representação.

Já Tarso Genro fez críticas à negociação entre o partido e Cunha em sua página no Facebook.

“Fazer esse acordo, é entregar a alma ao diabo. É se colocar no mesmo nível dos defensores do impedimento, que tinham até ontem Cunha como o seu líder mais coerente e reconhecido”, afirmou Genro, em sua página o Facebook.

Um dos principais líderes da corrente interna Mensagem ao Partido, crítica da atual direção petista, o ex-governador disse “custar a crer” ser verdade que o partido negocia com o presidente da Câmara. “Se isso, porém, for verdadeiro, deputados do PT — ressalvados os 32 que assinaram o pedido de cassação de Cunha — estarão cometendo o mais grave erro coletivo, político e ético, da história da bancada.”

O Ministério Público da Suíça informou que Cunha e seus familiares são beneficiários de quatro contas no país. Em março, ao falar de forma espontânea à CPI da Petrobras, ele havia dito não ter dinheiro no exterior.

Por sua vez, o presidente da Câmara negou hoje que tenha feito qualquer acordo, tanto com o governo, quanto com a oposição.

Ainda nas palavras de Tarso Genro, a negociação indica que a bancada do partido não tem “compreensão da interdependência necessária entre fins e meios na política”.
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