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Quarta-feira, 17 de julho de 2024

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A batalha dos votos: 'Mentira, gravidez de 35 semanas não tem risco', diz deputado sobre colega licenciada

Foto: Ag. Câmara

A batalha dos votos: 'Mentira, gravidez de 35 semanas não tem risco', diz deputado sobre colega licenciada
s últimas 48 horas em Brasília têm sido marcadas pelo esforço de governistas e oposicionistas pela conquista de deputados indecisos sobre o afastamento da presidente. Além dos que estão em cima do muro, os já decididos também são alvo – pelo menos 15 parlamentares teriam mudado de ideia às vésperas da votação.


O nível a que chega a disputa por apoio na reta final da discussão sobre admissibilidade do processo na Câmara é ilustrado por uma polêmica envolvendo uma deputada grávida de 35 semanas, que afirma ter recebido ordens médicas para não se deslocar de avião para a votação no Congresso.

Para Alberto Fraga (DEM), deputado mais votado do Distrito Federal, Clarissa Garotinho (PR-RJ) deveria seguir o exemplo da travessia feita por Maria, mãe de Jesus, e viajar a Brasília para participar da votação sobre o impeachment.

"Alguém avise pra Clarissa Garotinho que Maria viajou de Nazaré pra Belém de jumento, pra cumprir sua missão, e pariu Jesus, forte e com saúde", argumentou Fraga pelo Twitter.

A deputada passou mal durante a votação da Comissão Especial do Impeachment. Para setores da oposição, ela, filha do ex-governador Anthony Garotinho (PR-RJ) – ex-aliado que se tornou inimigo do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), – teria pedido licença médica para se abster, o que favoreceria a presidente Dilma Rousseff.

A BBC Brasil conversou com Fraga, que reiterou as críticas à parlamentar. "Ela é uma menina saudável, gravidez de 35 semanas não tem nenhum risco", afirmou.

Questionado sobre as ordens médicas mencionadas por Clarissa Garotinho, Fraga responde: "O médico só pode ser petista. Não tem problema nenhum vir aqui e votar".

O parlamentar prossegue: "Não vai ter tumulto. Grávidas têm sempre prioridade".

A reportagem procurou a equipe da deputada em seu gabinete em Brasília, mas ninguém foi encontrado. Ela, que se declarava a favor do impeachment, disse à imprensa sentir muito, mas que não podia "colocar seu filho em risco".

Temer, Lula e os 'Nem Dilma, nem Cunha'

A corrida por votos movimenta igualmente os dois lados.

O vice-presidente Michel Temer (PMDB) antecipou sua vinda a Brasília para este sábado em um esforço, segundo relatos, para articular votos que culminariam em sua ascensão à Presidência. Há semanas, o ex-presidente Lula recebe parlamentares, ministros e governadores em seu quarto em um hotel na capital federal.

Dilma, que hoje faria discurso para movimentos sociais acampados próximos à Esplanada dos Ministérios, cancelou a agenda para intensificar discussões sobre apoio para a continuidade de seu mandato.

Os três – Temer, Lula e Dilma – fizeram pronunciamentos recentes nas redes sociais, em texto ou vídeo, atacando-se mutuamente.

De outro lado, deputados da Rede, PSB e PSD articulam, desde a sexta-feira, um movimento cujo mote é "Nem Cunha, nem Dilma".

Diferentemente das lideranças de seus partidos, que anunciaram votos favoráveis ao impeachment, eles argumentam que o processo conduzido pelo presidente da Câmara, réu no Supremo Tribunal Federal sob a acusação de recebimento de propina no escândalo da Petrobras, seria tão ou mais ilegítimo do que o governo que se tenta derrubar.

Há relatos nos corredores do Congresso de que o governo estaria trabalhando para que parlamentares faltassem à sessão deste domingo, dificultando o esforço da oposição em alcançar os 342 votos necessários para o prosseguimento do processo.

Deputados da frente "Nem Dilma, nem Cunha" estariam entre os que cogitam não comparecer.

O PP, quarta maior bancada da Câmara, que anunciou apoio ao impeachment, teria visto 10 de seus deputados migrarem para o lado da presidente nas últimas horas, graças a articulações de Flavio Dino (PC do B), governador do Maranhão.

Após declarações de parlamentares da legenda, o PP decidiu "fechar questão" em relação ao impeachment, sugerindo que deputados que votarem contra o afastamento poderão ser expulsos do partido.
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